Foto: Rute Moraes/Revista Oeste
01/08/2023 - 12:29
Durante seu depoimento à CPMI do 8 de Janeiro, Saulo Moura Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), admitiu que adulterou um relatório do órgão de inteligência a pedido do então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias.
“Fiz os dois relatórios”, explicou. “Primeiro, fiz uma planilha que continha os alertas enviados pela Abin ao grupo de mensagem e todos os alertas que encaminhei do meu celular pessoal ao ministro G.Dias. Entreguei essa planilha ao ministro e ele pediu que tirasse o nome dele do documento, pois ele não era o destinatário oficial daquelas mensagens. Obedeci à ordem dele. Temos o artigo 9° A da Abin que prevê que o ministro é quem decide quais informações serão enviadas.”
Conforme revelou o jornalO Globo, a comparação entre dois relatórios da Abin mostrou que o GSI adulterou o primeiro relatório de inteligência enviado a uma comissão do Congresso.
A fraude seria para retirar dos documentos os registros de que o general Gonçalves Dias foi alertado por mensagens enviadas ao seu celular sobre os crescentes riscos de tumulto e de invasões na Praça dos Três Poderes.
Em depoimento à CPI do 8 de janeiro do Distrito Federal, contudo, o general negou a autoria da fraude e jogou a responsabilidade para o então responsável da Abin.
“Não fraudei nenhum documento”, disse o general Dias. “A Abin respondeu à solicitação do Congresso com um compilado de mensagens de aplicativo, em que tinha dia e tempo, na coluna do meio o acontecido e na última coluna a difusão. Esse documento tinha lá ‘ministro do GSI’. Não participei de nenhum grupo de WhatsApp, eu não sou o difusor daquele compilado de mensagens.Então aquele documento não condizia com a realidade. Esse era um documento. Ele foi acertado e enviado.”
Após ouvir a declaração de Saulo, a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse que ele tem responsabilidade na adulteração do relatório, pois acatou o pedido de G.Dias.
Oex-Abin éalvo de cinco requerimentos na comissão. Ele comandava o órgão de inteligência no dia em que vândalos invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto, em Brasília.
Revista Oeste
FONTE: terrabrasilnoticias.com
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