Uma comissão judicial da Califórnia negou na quinta-feira a liberdade condicional a Erik Menéndez, preso por assassinar seus pais em 1989, em um dos crimes mais conhecidos da história dos Estados Unidos, e nesta sexta-feira (22) a entidade deve avaliar o pedido de seu irmão Lyle, cúmplice no homicídio.
A Erik, 54, "foi negada a liberdade condicional por três anos", em audiência perante a comissão, segundo comunicado da comissão do Departamento de Serviços de Correções e Reabilitação da Califórnia.
A decisão representa um golpe na reivindicação da família e dos amigos, que também é apoiada por celebridades como Kim Kardashian, em um movimento que cresceu nos últimos anos.
Os dois irmãos foram condenados à prisão perpétua, sem direito a liberdade condicional, por um parricídio que chocou os Estados Unidos na década de 1990. Seu julgamento foi um dos primeiros transmitidos pela TV, e sua história voltou a ganhar destaque graças a uma série e a um documentário da Netflix, no ano passado.
Após mais de três décadas presos e condenados à prisão perpétua sem possibilidade de redução de pena, eles conquistaram uma vitória judicial em maio, quando a Justiça americana aliviou os termos de sua sentença.
Isto lhes deu o direito de solicitar a liberdade condicional, caso demonstrem arrependimento e se não representarem um perigo para a sociedade.
O caso de Lyle, 57 anos, será examinado separadamente nesta sexta-feira.
- 'Responsabilidade' -
A audiência de quinta-feira, fechada ao público, durou 10 10 horas, e não duas ou três horas como estava previsto. Erik participou por videoconferência da prisão de San Diego, onde ele e seu irmão estão detidos.
"Durante mais de 35 anos, eles mostraram uma evolução constante. Assumiram toda a responsabilidade por seus atos", diz um comunicado do Justice for Erik and Lyle Coalition, grupo de apoio que inclui familiares.
O assassinato do poderoso empresário musical de origem cubana José Menéndez e de sua mulher, Kitty Menéndez, abalou os Estados Unidos em 1989. Os irmãos, então com 21 e 18 anos, atiraram a sangue frio contra seus pais enquanto estes assistiam à TV.
Inicialmente, tentaram forjar um álibi e atribuíram o homicídio à máfia. Mas, após confissão de Erik ao seu terapeuta, as autoridades não demoraram para detê-los.
No julgamento midiático, a defesa afirmou que o crime foi consequência de anos de abuso psicológico e sexual por parte de seu pai violento e sua mãe negligente. Mas a promotoria acusou ambos de planejar o duplo homicídio para ficar com a herança multimilionária.
Um primeiro júri não chegou a um veredicto unânime, mas o segundo julgamento terminou com a condenação à prisão perpétua.
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