A professora Simone Marques da Silva, de 46 anos, foi morta a tiros em Ipojuca, no Grande Recife. A mulher foi assassinada horas após ir até a delegacia onde pretendia depor num inquérito que investiga desvios de verbas de emendas parlamentares da Câmara do município.
A vítima lecionava na Faculdade Novo Horizonte, citada no inquérito como uma das empresas utilizadas por um grupo criminoso para praticar os desvios. Ela compareceu à delegacia para depor na terça-feira (28), mas não chegou a ser ouvida porque outro procedimento estava sendo realizado no local. Simone Marques da Silva voltou para casa após remarcar o depoimento para quarta (29), mas foi morta horas depois, no quintal de sua casa.
De acordo com as investigações, o esquema envolvia o uso de emendas parlamentares impositivas, instrumento pelo qual vereadores destinam parte do orçamento municipal, geralmente em torno de 2% da Receita Corrente Líquida, para projetos e áreas específicas. No caso investigado, os recursos deveriam ser aplicados em serviços de saúde em Ipojuca.
O dinheiro teria sido aplicado em associações de fachada localizadas em outros municípios, sem estrutura ou competência técnica para executar os projetos . Uma das empresas que recebeu a verba foi a Faculdade Novo Horizonte, onde Simone Marques da Silva lecionava. Segundo a denúncia, a instituição recebeu repasses milionários para cursos de capacitação, com planos de trabalho considerados inconsistentes e orçamentos inflados.


