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Em muitos casos de câncer de mama, os médicos são reticentes ao falar em cura: anos depois, a doença pode ressurgir ainda mais forte e perigosa. Em um novo avanço, pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Câncer, no Reino Unido, descobriram como exatamente as células tumorais “hibernam” — a informação pode ajudar a desenvolver tratamentos mais efetivos no futuro.
Os cientistas estudaram especificamente o tumor ER+, o tipo mais prevalente de câncer de mama, que é sensível ao estrogênio. O tratamento normalmente envolve uma combinação de terapias e cirurgia, inclusive com uso de bloqueadores de estrogênio.
“Queriamos entender melhor porque o câncer de mama retorna e encontrar maneiras de pará-lo — assim, as pessoas não precisarão viver com medo de recidiva. Nossa pesquisa identificou o mecanismo chave usado pelo câncer para fugir da terapia. Elas entram em dormência, hibernando por anos até que ‘acordam’ e voltam a se dividir rapidamente de novo”, explica o professor Luca Magnani, um dos pesquisadores responsáveis pelo levantamento, em entrevista ao site do Instituto de Pesquisa do Câncer.
O levantamento foi publicado na última quinta (21/3) na revista científica Cancer Discovery. Os pesquisadores identificaram modificações genéticas que são responsáveis pela hibernação das células, e a enzima que promove a ação. A G9a promove a catalização de uma proteína que causa a dormência do tumor e, quando foi inibida, as células não entravam em hibernação e aquelas que já estavam dormindo, morriam.
“O estudo usou uma abordagem inovadora para analisar a genética das células dormentes e conseguiu informações importantes sobre o mecanismo de hibernação. Apesar de estar em uma etapa inicial, os achados revelam novos alvos potenciais para o desenvolvimento de tratamentos para prevenir a volta do câncer de mama”, afirma o pesquisador Tayyba Jiwani, que é gerente da Cancer Research UK, que patrocinou a pesquisa.
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