Foto: Philadelphia Inquirer/TNS/ABACA via Reuters Connect
Um novo estudo, financiado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), revelou que atletas transgênero femininas demonstraram maior força de preensão manual, um indicador de força muscular geral, porém apresentaram menor capacidade de salto, função pulmonar e aptidão cardiovascular em comparação com mulheres cisgênero. Esses dados desafiam a noção amplamente difundida por defensores das regras que proíbem atletas transgênero de competir em esportes femininos e levaram os autores do estudo a advertir contra uma expansão precipitada dessas políticas, que já excluem atletas transgênero de certas modalidades olímpicas.
De acordo com um dos autores do estudo, Yannis Pitsiladis, membro da comissão médica e científica do COI, a descoberta mais significativa foi que, dadas as diferenças fisiológicas, “mulheres trans não são homens biológicos”. No entanto, as políticas de exclusão continuam a se disseminar, com 25 estados dos EUA agora implementando leis ou regulamentos que proíbem atletas transgênero de competir em esportes femininos.
Embora o COI tenha financiado o estudo, os resultados foram independentes, e os oficiais olímpicos não influenciaram os resultados, afirmou Pitsiladis. O estudo, revisado por pares e conduzido na Universidade de Brighton, observou que as atletas transgênero femininas mantêm uma vantagem sobre as cisgênero femininas em termos de força de preensão manual, mas pontuaram abaixo em testes de salto e função pulmonar.
Embora algumas proibições tenham sido justificadas com base em supostas vantagens atléticas inalteráveis obtidas durante a puberdade masculina, Pitsiladis destacou que vários fatores determinam o desempenho atlético e que as políticas de exclusão podem ser precipitadas e injustificadas. O debate sobre esse tema continua intenso, chegando até mesmo aos tribunais em casos proeminentes envolvendo atletas transgênero, como Lia Thomas e Laurel Hubbard.