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A Califórnia declarou, na última quarta-feira (18/12), estado de emergência para tentar controlar a transmissão da gripe aviária em meio ao surto de casos nos Estados Unidos. Só neste ano foram registrados 62 diagnósticos de gripe aviária em humanos no país, o que representa um recorde histórico.
Também na quarta-feira, as autoridades norte-americanas confirmaram o primeiro caso grave de gripe aviária (H5N1) no país. O paciente está hospitalizado no estado de Louisiana. Pesquisas recentes sugerem que algumas cepas do vírus têm potencial para serem transmissíveis entre humanos.
Considerando o cenário norte-americano e as novas informações científicas sobre a doença, infectologistas brasileiros já acenderam o alerta para a possibilidade do vírus se espalhar por aqui.
Qual o risco de uma epidemia de gripe aviária no Brasil?
No Brasil, uma série de aves silvestres foi infectada com H5N1 e algumas chegaram até a morrer em cidades costeiras. No entanto, até hoje, nenhum brasileiro foi diagnosticado com gripe aviária aqui.
“A possibilidade de enfrentarmos infecções em humanos está aumentando, prova disso é o surto sem precedentes nos Estados Unidos. O risco de transmissão direta é considerado baixo, mas quanto mais o vírus circula entre espécies diferentes, maior a chance de ele se tornar transmissível entre humanos”, explica o infectologista Leonardo Weissmann, que é professor do curso de Medicina da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Campus Guarujá.
Em entrevista anterior ao Metrópoles, o infectologista José David Urbaez Brito, presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, também manifestou preocupação com a possibilidade de salto do vírus para a espécie humana.
“É um vírus de aves, mas devemos ter muito cuidado. Já houve casos de vírus deste tipo que acabaram saltando para humanos. O risco sempre existe e devemos estar alertas. Há vários casos de mamíferos, tanto terrestres como aquáticos, que já foram atingidos”, disse.
A gripe aviária é causada por um dos vírus da família influenza, transmitido por gotículas que são expelidas pela tosse ou espirro. Entre as aves, a gripe aviária causa hemorragias fatais em menos de 24h. Mamíferos que convivem com estes animais correm risco de contrair a doença, mas raramente o quadro evolui para mortes.
Medidas para controle no Brasil
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), foram registrados 163 casos de gripe aviária no Brasil, todos em aves silvestres, especialmente em pássaros conhecidos como trinta-réis. A pasta afirma estar mantendo monitoramento constante nas regiões onde as aves foram encontradas, conscientizando a população sobre os riscos do vírus.
Além disso, o Instituto Butantan submeteu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em agosto um pedido para iniciar a pesquisa para o desenvolvimento de uma vacina contra a gripe aviária.
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