O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), está no centro de articulações que envolvem o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) para tratar da anistia aos acusados de envolvimento nos atos do dia 8 de janeiro de 2023. A movimentação do parlamentar ocorre em meio a crescente pressão política e institucional, tanto de apoiadores da anistia quanto de críticos à medida.
A informação de que Motta tem buscado um entendimento com os ministros do STF veio à tona na última sexta-feira (11). Segundo o líder do Partido Liberal (PL) na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), o próprio presidente da Casa compartilhou sua intenção de buscar um “caminho de acordo” que pudesse resultar na soltura dos detidos pelos atos considerados antidemocráticos.
“O presidente Hugo me disse que iria buscar algum tipo de acordo”, relatou Sóstenes.
No entanto, o líder do PL expressou ceticismo quanto à viabilidade de tal negociação.
“Não acho que soltando essas pessoas agora o STF estaria reconhecendo o erro. Também não acredito que os ministros estejam dispostos a isso”, avaliou.
Nos bastidores do Congresso, a tentativa de articulação de Motta é vista como uma manobra para equilibrar interesses opostos. Enquanto mantém diálogo com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenta não se afastar da base governista. Esse duplo movimento rendeu a ele a reputação de quem “acende uma vela para Deus e outra para o diabo”.
Para alguns parlamentares, a busca por consenso em torno da anistia não passaria de uma tentativa de "ganhar tempo", diante da dificuldade de se construir uma solução política para o impasse. Sóstenes, por exemplo, considera a busca de Motta uma tentativa vã.
“Ele está tentando encontrar uma saída que não existe”, afirmou.
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