JCO
O governo desandou... O DNA da corrupção é infalível.
Enquanto o escândalo da roubalheira do INSS vai sendo revelado, uma outra ‘fonte’ de falcatrua está sendo montada.
O Ministério do Trabalho, comandado por Luiz Marinho, quintuplicou o valor de convênios com Organizações Não Governamentais (ONGs) no ano passado. Uma das campeãs de repasses é uma organização ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, berço político do ministro do Trabalho.
Segundo levantamento feito pela Folha de S.Paulo, o valor repassado pelo governo federal às entidades ‘amigas’ do Palácio do Planalto saltou de 25 milhões de reais em 2023 para 132 milhões no ano passado. Somente a Unisol, ligada a Luiz Marinho, recebeu 17,6 milhões de reais. Deste valor, 15,8 milhões foram repassados a título de um convênio que prevê atuação em Roraima. Esse contrato é custeado com recursos do próprio governo federal.
A ONG, no entanto, não explicou à Folha como prestará serviços em Roraima, mesmo sendo sediada em São Paulo.
Para efeito de comparação, a Unisol recebeu, segundo a Folha, no máximo 4,2 milhões de reais ao ano entre os governos Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).
Ainda segundo a Folha, a maioria dos valores é oriundo de emendas parlamentares indicadas por deputados e senadores.
“A Unisol foi fundada em 2000 com apoio do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. O atual presidente da entidade, Arildo Mota Lopes, era da diretoria do sindicato na gestão 2002-2005, sob a presidência do hoje ministro Marinho”, informou o jornal.
"O Ministério do Trabalho afirma que o aumento nos convênios é parte de uma retomada de políticas, com investimentos em estudos sobre mercado de trabalho e outras áreas e que o contrato com a Unisol foi resultado de uma chamada pública chancelada por banca examinadora formada por especialistas", destacou a Folha nesta segunda-feira.
Ainda segundo a reportagem, das dez entidades com maior volume de convênios, quatro têm alguma ligação com movimento sindical. A maioria das emendas repassadas às entidades amigas do Ministério do Trabalho são fruto de emendas impositivas, ou seja, o governo federal é obrigado a pagá-las ainda no ano corrente.