O repórter fotográfico Adriano Machado confirmou em depoimento à CPMI do 8 de Janeiro que registrou em fotos a presença de guardas da Força Nacional no estacionamento do Ministério da Justiça, enquanto os manifestantes se dirigiam ao Palácio do Planalto.
A declaração foi feita na reunião desta terça-feira (15), após indagação do senador Eduardo Girão (Novo-CE) que quis saber do profissional de imprensa se ele tinha identificado alguma movimentação de repressão para impedir a entrada dos manifestantes no prédio.
"Porque é isto que a gente está procurando saber: onde estava a Força de Segurança Nacional naquele momento? Porque foi muito fácil aquela quebradeira, e o senhor sabe disso, porque o senhor cobre há muito tempo... Foi muito fácil adentrar aqui na Esplanada dos Ministérios naquele fatídico dia", disse Girão, lembrando que a sede do Ministério da Justiça fica ao lado do prédio do Palácio do Planalto.
Ainda em resposta ao senador, o fotógrafo informou que não teve dificuldade para entrar no Palácio do Planalto, pela rampa, por estar devidamente identificado como profissional de imprensa, mas que tanto na parte da frente quanto no estacionamento do Palácio do Planalto “tinha um combate forte”.
"E ali, no estacionamento do Palácio, também dava para ver que tinha um grupo de militares, soldados - não sei -, não deixando essas pessoas entrarem pela área do estacionamento", completou.
Com base na afirmação de Adriano Machado, os parlamentares defenderam que a Agência Reuters encaminhe as imagens feitas pelo fotógrafo para auxiliar na linha de investigação.
"Dizem que eram 250 homens. Dizem, essa é a notícia que se tem, de que a Força Nacional teria mobilizado 250 homens ali no Ministério da Justiça, e não lhe ocorreu que aquilo lá estava fazendo falta aqui. Não me cabe lhe cobrar isso, até porque o senhor não tem que dar essa explicação.
Quem tem que dar essa explicação são os líderes da omissão (…) Ou seja, o senhor ajuda, com a sua participação aqui - que eu respeito, eu repito -, a demonstrar a omissão, a grande omissão, a escandalosa omissão de quem é pago para gerir a segurança na Esplanada dos Ministérios, para fazer funcionar o Plano Escudo, que é algo que vem sendo aperfeiçoado, principalmente depois do impeachment da presidente Dilma", alertou o senador Esperidião Amin (PP-SC).
Ninguém esperava nada do depoimento de Adriano Machado e a verdade é que a afirmação supracitada vai iniciar a investigação que pode, finalmente, revelar o que aconteceu em 8 de janeiro
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