A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ouviu nesta terça-feira (1º) o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias.
A convocação de G.Dias foi um pedido do relator da CPI, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP).
No depoimento, o general informou não ter recebido, no período em que ficou à frente do GSI, de 2 de janeiro a 1º de março de 2023, relatórios de monitoramento sobre o MST, de forma oficial ou informal, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), então subordinada ao gabinete.
“Neste período, eu não recebi, através do correio Sisbin [Sistema Brasileiro de Inteligência], que é o órgão de trâmite de documento, nenhum relatório concernente ao assunto em epígrafe”, disse aos parlamentares o general, que depôs na condição de testemunha.
Segundo Gonçalves Dias, a Abin passava por uma reestruturação, com troca de gestores, no período.
O relator Ricardo Salles encurralou o general diversas vezes, citando que o “MST realizou 29 invasões de janeiro a fevereiro deste ano”.
Para o relator, não é plausível o ex-ministro desconhecer as atividades do movimento, já que uma das competências do GSI é acompanhar ameaças à ordem constitucional. Salles argumentou que as invasões de terra são inconstitucionais e ameaçam as propriedades privadas.
O ex-GSI seguiu afirmando não ter conhecimento de tal informação e soube apenas de uma ação do movimento, via reportagens da imprensa, em uma área da empresa Suzano. Em março, os sem-terra invadiram área da produtora de papel e celulose no sul da Bahia.
Gonçalves Dias disse ainda não ter tratado de ações do MST em reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enquanto estava no GSI.
“Não tratei, porque não tinha conhecimento. Se tivesse conhecimento, tinha levado ao presidente. É uma resposta lógica”, afirmou.
Diante disso, foi severamente repreendido pelo relator. Uma cena desmoralizante.
Confira:
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