Ainda machuca a alma do brasileiro a traição sofrida pelos patriotas que acampavam na frente do Quartel General do Exército em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.
Aquela ação vil, covarde, traiçoeira, praticada contra cerca de duas mil pessoas, entre mulheres, idosos e crianças, foi confirmada e declarada pelo General Dutra, então Comandante do Planalto, na Câmara Legislativa do Distrito Federal, nos seguintes termos:
“(...) havia em algumas pessoas um nível de fanatismo, não entendo, um nível de transe (...)”.
“Quando nós isolamos a praça, as pessoas achavam que era para protegê-los, e foram dormir”.
Verdade General, os que lá estavam, acreditavam que estavam seguros, confiavam em seu Exército.
Não confiam mais!
Importante registrar que em datas anteriores a PM já havia comparecido ao local para desmobilizar o acampamento por ordem judicial e o exército não permitiu.
A perda de confiança da maior parte dos brasileiros em suas forças armadas reflete na participação popular em um dos eventos cívicos mais importantes do Brasil, o dia da independência.
Não há como exaltar a data e as nossas Forças Armadas depois de tamanha perfídia.
Enquanto houver um brasileiro preso injustamente, sem o devido processo legal, por crimes que não cometeram, não há o que comemorar.
Que os verdadeiros vândalos, os que depredaram o patrimônio público nas sedes dos três poderes em Brasília, sejam responsabilizados na medida de suas ações.
Que as autoridades responsáveis pela segurança pública e pela segurança dos prédios dos três poderes, por ação ou omissão, respondam por seus atos.
De igual modo, não há o que comemorar enquanto tivermos jornalistas exilados, perseguidos políticos. Jornalistas silenciados. Parlamentares presos, silenciados.
O povo Brasil não merece ter instituições públicas sendo utilizadas de forma política contra seu povo.
Nossa democracia não pode ser relativizada.
Nossa liberdade não pode ser sepultada!
Brasil!
Henrique Alves da Rocha
Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.
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