Assim que a CPMI do dia oito foi instalada a pedido da oposição, o governo, que lutou até o último instante para impedir seu avanço, decidiu fazer dos limões, limonada.
A ideia era enfatizar um plano de golpe institucional, onde Bolsonaro seria colocado como mentor intelectual.
Como dito em textos anteriores, a inelegibilidade de Jair não era o bastante. Era preciso prender o ex-presidente para fazer uma equivalência com Lula, e criminalizar o bolsonarismo como movimento.
Assim Bolsonaro não teria força nem mesmo em suas indicações.
Para que a coisa funcionasse bem, era necessário que a ideia de desacreditar as ‘caixas mágicas’, fosse o motivo principal.
Porém os petistas começam a cogitar que tudo que foi feito nesse sentido até agora, tende a não funcionar.
A ambiguidade do Senador Do Val, não consegue estabelecer o elo necessário para incriminar Bolsonaro na questão dos diálogos com Daniel Silveira.
As investigações da PF relatam insuficiência de provas e o cenário de indiciamento, que era visto como certo antes, não é uma coisa tão fácil de concretizar.
Com a impossibilidade do ex-presidente ser preso, o sono dos articuladores da base não está profundo.
As municipais de 2024 já terão um enorme prejuízo para a esquerda devido a falta de repasses aos prefeitos. Mantendo o prestígio, Bolsonaro elegerá centenas de prefeituras.
Sem essas prefeituras, muitos deputados vão fatalmente abandonar a base governista, e projetos e reformas vão ficar estacionados.
Com a economia em frangalhos, e sem apoio do Centrão, a tempestade perfeita será inevitável.
Por isso, a prisão do líder do Bolsonarismo não é apenas uma vingança para os progressistas.
Mas, a base para continuar se sustentando.
Enquanto isso, a outra face da tesoura se organiza para assumir o poder.
Victor Vonn Serran
Articulista
Nenhum comentário:
Postar um comentário