O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) apontou a omissão do governo Lula nos ataques do dia 8 de janeiro. Segundo ele, o governo poderia ter evitado os atos, caso o general G.Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, não tivesse retido as informações que recebeu.
A afirmação do senador foi baseada no depoimento prestado nesta segunda-feira (4) pelo general Penteado em audiência na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Penteado era o segundo na hierarquia do GSI.
Izalci observou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) alertou o GSI, responsável pela segurança do Palácio do Planalto, sobre o planejamento dos ataques, no dia 6 de janeiro.
Para ele, se as informações tivessem sido repassadas a tempo, seria possível acionar todas as forças de segurança e evitar os eventos daquele dia.
"Teve uma coincidência, tanto no DF quanto no governo federal, que foi exatamente a questão de estar de prontidão ou de sobreaviso... A nossa Polícia Militar foi colocada de sobreaviso e, coincidentemente, o GSI também colocou de sobreaviso a Força Nacional.
E qual é a diferença?
A diferença é que, quem está de sobreaviso, ainda mais [...] um domingo - de sobreaviso, os militares ficam normalmente, ou em sua residência, ou saem com a família, ou vão para um clube e, se acionados, têm que ir para casa, trocar de roupa, ir para o quartel e, do quartel, viriam aqui para a Esplanada, se fosse o caso.
Quando é prontidão, as pessoas ficam exatamente no quartel, aguardando qualquer sinalização ou qualquer comando", explicou.
O parlamentar cobrou as filmagens feitas pelo Ministério da Justiça no dia e também disse que solicitou a quebra do sigilo telemático do ex-ministro G. Dias, o que inclui conversas no WhatsApp.
"O depoente [G. Dias], na quinta-feira, colocou o celular à disposição. Acredito que a Polícia Legislativa tenha apreendido o celular e espero que, com isso, a gente possa saber os diálogos que ocorreram no dia 8 de janeiro, porque foram apresentados diversos vídeos já, inclusive do próprio ministro Flávio Dino, alegando que, na prática, comunicou ao presidente Lula, que já sabia."
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