atualizado
Lula veio ao mundo para disputar concursos de popularidade. Como grande especialista na modalidade, venceu vários, mas hoje enfrenta dificuldades certamente não insuperáveis pelo seu charme, pela sua simpatia, pelo seu je-ne-sais-quoi.
A mais recente pesquisa Qaest mostra uma erosão na aprovação do seu trabalho como presidente. Ela recuou de 60%, em agosto, para 54%, em outubro, enquanto a desaprovação passou de 35% para 42%, no mesmo período.
É estranho que isso tenha ocorrido, uma vez que, a julgar pela cobertura jornalística predominante, todos os problemas do Brasil foram resolvidos ou estão para ser finalmente resolvidos, depois da eleição de Lula. Esse é o problema das pessoas: elas leem cada vez menos jornais e assistem cada vez menos a telejornais. O resultado é que ficam vulneráveis a suas próprias percepções.
A aprovação de Lula caiu porque os brasileiros não se mostram tão esperançosos na recuperação da economia — recuperação para valer, não o voo de galinha habitual, imagino. Em agosto, 59% dos entrevistados afirmavam ter a expectativa de que a situação melhoraria nos 12 meses seguintes; agora, esse número é de 50%. Os pessimistas passaram de 22% para 28%.
A Qaest também perguntou sobre as constantes viagens internacionais de Lula. Nos primeiros 7 meses de governo, o presidente passou 1 mês e meio fora do país, e ele quer avião novo, mais confortável, para continuar indo para lá e para cá. Apesar da necessidade de Lula de salvar o planeta juntamente com Vladimir Putin ser premente, 55% dos cidadãos consideram excessiva a quantidade de idas presidenciais ao exterior.
A pesquisa traz outra questão para Lula e para o PT: como poucos brasileiros leem jornais e assistem a telejornais, 57% deles acham que o Brasil deveria classificar o Hamas como grupo terrorista.
Não sabem — gente desinformada é o fim da picada — que o terrorismo palestino tem justificativa histórica e que a resposta de Israel é um “genocídio”, segundo os petistas. “Não é porque o Hamas cometeu um ato terrorista, que Israel tem que matar milhões de inocentes”, explicou Lula.
“Milhões de inocentes”: Janja dever ter passado a cola errada para o seu boy, mas tudo bem, está valendo. Lula tem charme, simpatia e um je-ne-sais-quoi que acabará convencendo a maioria dos brasileiros de que os seus erros são errinhos de somenos e de que ele sempre foi o cara. Lula não muda, o Brasil também não.
PS: E o Rio, hein? Continua lindo.
PS2: As opiniões contidas no meu artigo não refletem necessariamente as minhas próprias opiniões.
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