Foto: CNN Brasil
01/12/2023 - 17:05
A Prefeitura evita cravar horários para a ocorrência com o intuito de amenizar a ansiedade da população
O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), definiu a iminência do colapso de uma mina da Braskem, situada na capital alagoana, como “a maior tragédia urbana no mundo, em curso”. Em entrevista àCNN, na manhã desta sexta (1º), ele disse que a Prefeitura evita cravar horários para a ocorrência com o intuito de amenizar a ansiedade da população.
Na manhã de hoje (1º), o afundamento registrado era de 5 centímetros por hora, mas essa medida pode variar no decorrer do dia. “Naquela localidade, o fenômeno é constante”, pontuou JHC. Segundo a Defesa Civil, o afundamento é de 2,6 centímetros por hora.
O objetivo principal da Prefeitura tem sido salvar vidas. “Todo o plano de contingência está funcionando, protocolos estão sendo seguidos rigorosamente pela Defesa Civil de Maceió, que já se comunicou com todas as autoridade pertinentes”, informou o prefeito.
A mina em questão é a número 18; há 35 instaladas na capital alagoana. A região mais afetada é o bairro do Mutange, mas 60 mil pessoas de cinco bairros da cidade foram realocadas e a área de risco foi completamente evacuada.
Segundo JHC, o plano de contingência calcula diversas hipótese de colapso. “Claro que nós nos preparamos para a pior situação possível, mas torcemos que ela seja de uma maneira mais branda”, explicou o mandatário.
“Nesse momento devemos esperar, monitorar e supervisionar essa área”, conclui o prefeito, que explicou que o problema persiste desde março de 2018, quando aconteceu o primeiro abalo sísmico na região, chamando a atenção de autoridades e da imprensa nacional.
Entenda o caso
A Prefeitura de Maceió decretou situação de emergência, nesta quarta-feira (29), por risco iminimente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange. Segundo o governo do estado, houve cinco abalos sísmicos na área no mês de novembro, e o possível desabamento pode ocasionar a formação de grandes crateras na região.
A Defesa Civil de Alagoas alertou que uma ruptura no local pode ter um efeito cascata em outras minas.
O que diz a empresa
Em nota, a Braskem informou que a situação vem se intensificando e que estão sendo tomadas todas as medidas cabíveis para a diminuição do impacto. A empresa reforçou ainda que segue acompanhando e compartilhando os dados de monitoramento em tempo real com as autoridades competentes.
Minas de Maceió
As minas da Braskem em Maceió são cavernas abertas pela extração de sal-gema durante décadas de mineração na região. Essas cavernas estavam sendo fechadas desde 2019, quando o Serviço Geológico do Brasil (SGB) confirmou que a atividade realizada havia provocado o fenômeno de afundamento do solo na região, o que obrigou a interdição de uma série de bairros da capital alagoana.
Ainda em 2018, foram identificados danos semelhantes em imóveis e ruas do bairro do Mutange, localizado abaixo do Pinheiro e à margem da Lagoa Mundaú; e no bairro do Bebedouro vizinho aos outros dois. Em junho de 2019, moradores do bairro do Bom Parto relataram danos graves em imóveis.
Desde então, o Ministério Público Federal em Alagoas (MPF-AL) acompanha o caso, tendo assumido, em dezembro de 2018, a apuração dos fatos e iniciado atuação preventiva em favor dos moradores.
Em julho deste ano, a prefeitura da cidade fechou um acordo com a empresa assegurando ao município uma indenização de R$ 1,7 bilhão em razão do afundamento dos bairros, que teve início em 2018.
FONTE: terrabrasilnoticias.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário