Foto: Reprodução/UTOP.
Nos últimos meses, o Brasil tem sofrido com as altas temperaturas, as quais são em parte consequentes do fenômeno climático El Niño. A probabilidade de que o efeito continue até maio é de mais de 50%, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).
Após isso, a Terra entra em estado de neutralidade e tudo indica que o efeito La Niña comece a se manifestar no segundo semestre de 2024. Confira a seguir, o que é, como se expressa e quais as previsões do La Niña para este ano.
O que é o La Niña
Assim como o El Niño, o La Niña costuma ocorrer no Oceano Pacífico. Durante os eventos La Niña, os ventos alísios são ainda mais fortes do que o normal, empurrando mais água quente para a Ásia.
Na costa oeste das Américas, o fenômeno de ressurgência (processo no qual a água profunda e fria sobe em direção à superfície) aumenta, trazendo à superfície água fria e rica em nutrientes.
A mudança da temperatura das águas e a pressão atmosférica altera onde e quanto chove. Toda a anomalia climática provocada pelo La Niña modifica os padrões de circulação atmosférica dos ventos que vêm dos trópicos.
“Diferente do El Niño, durante o La Niña, a água no Oceano Pacífico perto do Equador fica alguns graus mais fria do que o normal, persistindo por no mínimo de três trimestres”, explica Lucas Fumagalli, meteorologista da Funceme.
La Niña: previsões para 2024
O La Niña é responsável por alterar as condições climatológicas em 20 regiões do planeta. O Brasil é afetado principalmente em relação às chuvas, pois as nuvens de chuva acompanham a água morna do oceano.
O La Niña tende a criar condições de seca no Sul do Brasil, enquanto traz chuvas em excesso para outras áreas, como o litoral do Nordeste.
Efeitos do La Niña no Ceará
Segundo Lucas Fumagalli, no Ceará, existe a possibilidade de chuvas acima da média e quedas da temperatura quando o fenômeno ocorre.
Ainda é possível que episódios de temperaturas altas aconteçam mesmo com a presença do La Niña.
O meteorologista alerta ainda que são apenas probabilidades, não é possível prever ainda com exatidão os efeitos que o La Niña trará no segundo semestre.
El Niño X La Niña
El Niño e La Niña são dois padrões climáticos opostos. A principal diferença entre os eventos é o tipo da mudança da temperatura provocada por esses fenômenos atmosféricos no oceano Pacífico.
“É um ciclo que existe entre anomalias positivas e negativas do oceano pacífico. Anomalias persistentes por pelo menos três trimestres”, explica o meteorologista.
O termo La Niña (“a menina”, em espanhol) surgiu pois o fenômeno se caracteriza por ser oposto ao El Niño.
Entre a fase quente (El Niño) e a fase fria (La Niña), quando não ocorre nenhuma anomalia, os cientistas descrevem as condições como “neutras para o ENOS”. Em 2024 o período de neutralidade é previsto para maio, junho e julho de acordo com a Funceme.
Enquanto o El Niño está relacionado ao aquecimento das águas do oceano Pacífico em sua porção equatorial, o La Niña ocorre quando há o resfriamento das águas.
Créditos: O Povo.
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