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Muitas pessoas enfrentam o desafio de acordar diariamente com uma sensação de cansaço e baixa energia, independentemente do tempo que passam dormindo. Este fenômeno levanta a questão: por quê?
Adoto uma rotina de sono rigorosa, priorizando minha saúde, mas, mesmo assim, ao despertar, frequentemente me deparo com uma sensação de cansaço, apesar de ser ativa e gozar de boa saúde na meia-idade.
Este cenário não é exclusivo; estatísticas mostram que globalmente, um em cada cinco adultos sofre de fadiga persistente, sem causas médicas aparentes, conforme indicado por uma meta-análise de 2023, abrangendo 91 estudos de três continentes. Nos Estados Unidos, 44% dos adultos pesquisados pela Fundação Nacional do Sono em 2019 admitiram sentir-se sonolentos entre dois a quatro dias por semana.
A complexidade do fenômeno da fadiga torna-se evidente, com sua definição desafiadora e suas diversas manifestações. A médica da família Rosalind Adam, que trabalha em Aberdeen, Reino Unido, destaca a prevalência dessa queixa entre seus pacientes, tão comum que o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido tem uma sigla específica para isso: TATT (“Tired All The Time”, ou “cansado o tempo todo”).
A fadiga é um conceito multifacetado, abrangendo não apenas a fadiga física, resultado de esforço físico, mas também aspectos emocionais e cognitivos, como nevoeiro cerebral e dificuldade de concentração. Os avanços tecnológicos permitiram estudos mais profundos sobre essas formas menos tangíveis de fadiga, mas ainda há muito a ser compreendido sobre a neurobiologia subjacente.
A qualidade do sono, não apenas a quantidade, emerge como um fator crucial. O sono interrompido prejudica o sistema de limpeza de resíduos do cérebro, conhecido como sistema glinfático, afetando negativamente a saúde mental e física. Sincronizar o sono com o ritmo circadiano, regulador natural do ciclo sono-vigília, revela-se vital para garantir um repouso restaurador.
Em busca das raízes da fadiga persistente, especialistas consideram fatores como estresse, distúrbios do sono, problemas respiratórios, desidratação, além do impacto de substâncias como cafeína e álcool. Uma abordagem holística, incorporando uma dieta equilibrada, sono adequado, atividade física regular e estratégias para gerenciar o estresse, emerge como uma resposta valiosa para combater a fadiga. O desafio reside na implementação efetiva dessas medidas, mas ajustar as rotinas pode ser um passo promissor.
Com informações da BBC.
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