O desembargador lembrou a omissão mais gritante, que é a do Congresso Nacional, em especial do Senado Federal.
“Eu já tenho dito, publicamente, que o Congresso Nacional tem que parar o Supremo Tribunal Federal”.
Coelho apontou que a responsabilidade pelas decisões é do conjunto de ministros do Supremo Tribunal Federal, já que os outros ministros vêm validando as ordens arbitrárias do ministro Alexandre de Moraes.
“A cada dia, uma decisão que causa espécie na população é divulgada pela imprensa. Há um tempo atrás, nós falávamos só de Alexandre de Moraes, que é um juiz arbitrário.
É um ser que eu não sei nem como adjetivá-lo. Mas ele tem prazer em ser o que ele é: algoz, um tirano.
Mas ontem, o senador, que era ministro da Justiça, agora está no exercício do cargo de senador, que vai tomar posse no Supremo Tribunal Federal, da tribuna do senado, ele disse: não é Alexandre de Moraes, é o Supremo Tribunal Federal. E ele tem razão. Ele tem razão, porque as decisões do Alexandre de Moraes, por mais absurdas que sejam, elas têm sido referendadas pelo Supremo Tribunal Federal, na sua quase totalidade, exceção dos ministros André Mendonça e Nunes Marques.
Os demais estão ali sob o comando de um outro ministro, o todo-poderoso Alexandre de Moraes”.
O desembargador lembrou as repetidas operações da polícia federal contra o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro, e apontou o erro de continuar apenas denunciando os abusos de autoridade.
“Eu tenho ouvido e assistido muitas manifestações de parlamentares, do povo, apontando o que já foi feito. Gente: os abusos do STF e do TSE, que é um puxadinho, um anexo, um apenso do Supremo Tribunal Federal, nós já sabemos. Vamos ficar discutindo o passado? Só se for para contextualizar. Nós temos que discutir são ações concretas para interromper essa escalada autoritária, abusiva, absurda, que está acontecendo no nosso país”.
Coelho reconheceu que, embora a responsabilidade seja do Congresso, não é razoável esperar que qualquer solução venha de lá. Ele lembrou que os parlamentares deveriam representar o povo e prosseguiu:
“O Congresso está fazendo esse papel? Quem deveria fazer o controle direto é o Senado Federal. Vai fazer? Não vai. O senhor Rodrigo Pacheco é um moço fraco, ele vai passar para a História como zero. Pela sua omissão e pela sua conivência com tudo o que está acontecendo”.
O desembargador sugeriu:
“A primeira ação deve ser no Congresso Nacional. Eu já tive a oportunidade de dizer a alguns parlamentares que o Congresso deve parar. Obstruir 100% as suas atividades. Parar totalmente. Até quando? Até quando o Supremo Tribunal Federal voltar a cumprir a Constituição. Não adianta essa historiazinha de Rodrigo Pacheco ‘vou fazer a PEC para mandatos pros ministros do STF’. Vai adiantar o quê? atinge os atuais ministros, os abusadores? É para os futuros. Então, na prática, não resolve nada. Então, se o Congresso não reagir, e parece estar… enfim, nós já não estamos acreditando mais… a solução é o povo. O povo parar esse país”.
Sebastião Coelho ponderou:
“Você vai me dizer: ‘mas nós vamos para a rua, para sermos vigiados?’. Aliás, o senhor Alexandre de Moraes criou um grupo - ele mesmo anunciou - para monitorar as pessoas. Instrumento próprio das piores ditaduras! Numa ditadura, você espera que isso aconteça, mas, num país que se diz democrático, você não espera uma atitude dessas vindo de uma corte que é uma corte administrativa, mas, infelizmente, foi colocada na Constituição como sendo uma corte superior. Como faríamos essa paralisação? vou tratar disso no final com vocês. Vou encerrar propondo essa paralisação para o nosso país”.
Confira:
Nenhum comentário:
Postar um comentário