SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Sem integrantes do alto escalão do governo Lula (PT), tampouco senadores e deputados federais de relevo, os petistas José Genoino e José Dirceu se destacaram na manifestação em São Paulo convocada por movimentos de esquerda para marcar os 60 anos do golpe militar de 1964 e pressionar contra a anistia dos golpistas dos ataques de 8 de janeiro.
Ambos disseram estar ali para que a ditadura nunca mais se repetisse e se dividiram em relação ao cancelamento, após veto de Lula, do evento do Ministério dos Direitos Humanos que marcaria o aniversário do golpe militar.
Dirceu evitou se posicionar diretamente e disse que a posição sobre o evento do golpe era do governo, mas não precisaria ser a mesma da militância e da sociedade civil.
Genoino, por sua vez, disse "democraticamente" discordar da decisão do Palácio do Planalto em relação ao ato que marcaria 1964.
Para ele, foi a anistia aos golpistas da ditadura que levou ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, e ao 8 de janeiro.
Ambos os temas acabaram pulverizados nas manifestações, programadas para 22 cidades no Brasil e no exterior. As da manhã foram esvaziadas, em capitais como Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba, Campo Grande e Recife, reunindo, em geral, de dezenas a centenas de pessoas.
Militantes de esquerda na época do regime militar, ambos foram perseguidos pela ditadura e posteriormente foram presos no escândalo do mensalão.
Dirceu foi ainda preso pela Lava Jato, operação na qual aponta viés político contra o PT. Neste domingo, disse que não estava no ato para pedir a prisão de Bolsonaro, pois a decisão em relação ao ex-presidente caberia à Justiça.
"Não vamos fazer com os outros o que fizeram conosco", disse.
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