terça-feira, 2 de abril de 2024

PM investiga policiais que liberaram motorista de Porsche após batida Corporação apura conduta de PMs que permitiram que empresário de 24 anos deixasse local do acidente; colisão deixou um morto na zona leste

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Imagem colorida mostra o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, que dirigia um Porsche no acidente que matou um motorista de aplicativo no Tatuapé - Metrópoles

São Paulo — A Polícia Militar vai investigar a conduta dos agentes que liberaram o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, do local do acidente após ele ter provocado a morte de uma pessoa, na madrugada de domingo (31/3), na zona leste de São Paulo. Segundo imagens de câmeras de monitoramento, Fernando dirigia seu Porsche, avaliado em mais de R$ 1 milhão, em altíssima velocidade.

A colisão provocada pelo empresário resultou na morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, que dirigia o Renault Sandero atingido pelo Porsche. Um passageiro do carro de luxo também ficou ferido e está internado.

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Já Fernando Filho teria sofrido apenas ferimentos na boca. A mãe dele, Daniela Cristina de Medeiros Andrade, de 45 anos, foi até o local do acidente e afirmou à PM que iria levar o filho ao Hospital São Luiz Ibirapuera.

No entanto, horas depois, policiais foram até o hospital e foram informados que Fernando não havia dado entrada na unidade de saúde. Para a Polícia Civil, a atitude do empresário configurou fuga do local do acidente.

A Polícia Militar, por sua vez, instaurou uma investigação preliminar para apurar a conduta dos policiais que permitiram que ele deixasse o local do acidente com a mãe. A abertura do procedimento foi confirmada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Depoimento à polícia

Acompanhado de um advogado, Fernando Filho se apresentou à polícia nessa segunda-feira (2/4), mais de 36 horas após o acidente. Segundo a polícia, o empresário estava tranquilo e não demonstrou arrependimento em seu depoimento.

A mãe do empresário o acompanhou à delegacia. Apesar de ter ajudado o filho a deixar a cena do crime, ela não vai responder criminalmente pelo ato, segundo a polícia, por ser parente de primeiro grau do empresário.

O delegado Nelson Vinicius Alves, assistente do 30° Distrito Policial (Tatuapé), indiciou o motorista do Porsche por homicídio com dolo eventual, lesão corporal e fuga de local de acidente. O pedido de prisão temporária foi negado pela Justiça.

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Além disso, a polícia investiga se Fernando ingeriu bebida alcoólica antes do acidente. Para isso, vai rastrear a comanda de consumo do empresário na casa noturna onde ele esteve.

No depoimento à polícia, o empresário afirmou que estaria “passeando” com um amigo, negou que tenha bebido e confirmou que conduzia o motorista do Porsche envolvido na colisão.

Como foi o acidente

As imagens das câmeras de monitoramento das imediações do acidente mostram a violência com que o Porsche conduzido pelo empresário atinge o Renault Sandero de Ornaldo Viana.

Segundo as imagens (assista abaixo), o veículo de luxo do empresário, avaliado em mais de R$ 1 milhão, estava em altíssima velocidade quando bateu contra a traseira do carro de aplicativo de Ornaldo da Silva Viana, 52 anos. O Porsche arrasta por alguns metros o automóvel da vítima, que estava trabalhando. A luz de alguns postes chega a apagar, tamanha a violência da batida.

O vídeo reforça o que testemunhas disseram à polícia. Segundo os relatos, Fernando seguia em alta velocidade pela Avenida Salim Farah Maluf. Eram cerca de 2h20 quando o empresário fez uma ultrapassagem, em alta velocidade, e colidiu seu Porsche, modelo 2023, contra a traseira do Renault Sandero.

Por causa da alta velocidade, a frente do carro de luxo ficou completamente destruída, da mesma forma que a traseira do veículo da vítima.

Ornaldo foi levado para o Hospital Municipal do Tatuapé, onde chegou com quadro de parada cardiorrespiratória. A equipe médica tentou reanimá-lo, sem sucesso. Ele morreu por causa de “traumatismos múltiplos”. Ornaldo era casado e deixa três filhos.

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