Segundo o Fantástico, a situação de Carlos começou em 2006, quando ele foi condenado por furto e sua foto passou a constar no sistema da polícia. Nos meses seguintes, quatro mulheres foram estupradas em Barueri, São Paulo. Na delegacia, ao analisarem fotos no cadastro, as vítimas identificaram Carlos como o autor dos abusos.
Flávia Rahal, advogada de Carlos, explica que a maioria dos reconhecimentos "começou com a apresentação para essas vítimas de uma única foto de um único rapaz, que no caso era o Carlos Edmilson". Ela destaca que, "no momento em que uma vítima é confrontada com uma única foto, em uma circunstância em que quem mostra a foto já dá a entender que aquela é a pessoa, a chance da vítima acreditar que está diante do agressor dela é muito grande".
Carlos, que estava em liberdade na época, foi preso e permaneceu encarcerado por três anos até que exames de DNA demonstraram que ele não cometeu os estupros. Apesar disso, sua foto continuou no sistema da polícia, e mais tarde ele foi novamente apontado como responsável por estupros em Barueri e Osasco entre 2010 e 2012.
Baseando-se apenas na imagem, 12 promotores o denunciaram e seis juízes o condenaram por 12 estupros. Somente na última terça-feira (14), Carlos foi inocentado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), após exames de DNA da Superintendência da Polícia Técnico-Científica identificarem o verdadeiro culpado.
Flávia Rahal, fundadora e diretora do Innocence Project Brasil, uma organização dedicada a reverter erros judiciais sem cobrar de seus clientes, enfatiza que "a Justiça é falha" e que o Estado precisa "reconhecer seu erro" e indenizar Carlos.
"Foi um homem que perdeu 12 anos da vida dele, que tem uma mancha que é muito difícil de se tirar da vida. A pessoa não entra e sai 12 anos depois a mesma pessoa, e o mínimo na nossa compreensão que ela precisa ter é o amparo do Estado pra ela tentar reconstruir a vida a partir de agora", concluiu Flávia.
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