Na manhã desta quinta-feira (13/6), a Polícia Civil de São Paulo deflagrou uma megaoperação na região da Cracolândia, no centro da capital paulista. O objetivo da operação é desmantelar hotéis e pensões que estão sendo utilizados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para operações de tráfico de drogas.
As investigações conduzidas pelo Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) revelam que, apesar das frequentes ações policiais e de outros órgãos públicos, a Cracolândia continua ativa devido a essa “rede hoteleira”. Essas hospedarias, que a polícia chama de “hospedarias”, funcionam como depósitos de drogas para a facção criminosa.
Dos 140 mandados de busca e apreensão emitidos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), 90 visam hotéis e pensões localizados nas proximidades do fluxo de usuários de drogas. De acordo com as investigações, as drogas são escondidas de forma fragmentada em quartos de difícil acesso e, em alguns casos, de forma clandestina.
Alguns desses estabelecimentos pertencem a membros do PCC ou estão registrados em nome de laranjas, dificultando ainda mais a identificação dos criminosos. Além disso, proprietários de hospedarias não diretamente ligados à facção também colaboram com o tráfico, permitindo que drogas sejam armazenadas em seus quartos, recebendo pagamento pelo serviço “terceirizado”.
A megaoperação de hoje conta com o apoio da Prefeitura de São Paulo para lacrar estabelecimentos clandestinos ou com irregularidades na documentação. Os números de apreensões e possíveis prisões serão divulgados após o término da operação policial na Cracolândia.
As investigações também mostram que as drogas ilegais chegam à Cracolândia prontas para a venda, trazidas por dependentes químicos de outras regiões da cidade.
O transporte individual de pequenas quantidades de drogas, conhecido como “formiga” ou “mula de droga”, visa evitar que a polícia prejudique os verdadeiros traficantes da região. O pagamento por esse serviço geralmente é feito em drogas ou para abater dívidas dos dependentes químicos.
Os hotéis e pensões utilizados pelo PCC também servem como estratégia para dificultar a localização, apreensão e responsabilização pela posse das drogas.
Segundo as investigações, os criminosos costumam usar quartos desocupados para armazenar as drogas. Esses estabelecimentos estão estrategicamente localizados a poucos metros dos usuários de drogas, dificultando qualquer flagrante pelas autoridades.
Registros da Polícia Civil indicam que a maioria dos flagrantes de tráfico de drogas na região ocorreu em pensões, hotéis e nas imediações durante o período de janeiro a julho de 2021.
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