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Pois bem, um frasco de perfume foi fundamental para que a Polícia Civil do Mato Grosso desvendasse o crime que chocou o país.
Raquel Cattani, uma jovem de 26 anos, filha do deputado estadual Gilberto Cattani foi assassinada com mais de 30 facadas.
O tal frasco de perfume, além de outros pertences da vítima, foram encontrados na residência do ex-cunhado da jovem assassinada.
Romero Xavier, ex-marido e suposto mandante, teria deixado o irmão dele, Rodrigo Xavier, nas proximidades da propriedade da vítima, onde o assassino confesso ficou escondido até por volta das 20h, quando ocorreu o crime na quinta-feira (18), conforme a Polícia Civil.
Romero, até antes do término da relação com Raquel, tinha pouco contato com o irmão. No entanto, após o fim do casamento, ambos passaram a se encontrar e trocar mensagens.
O plano começou na manhã do dia 18, quando Romero e Rodrigo se encontraram em Lucas do Rio Verde, a 360 km de Cuiabá.
Romero, que teria armado o crime, levou o irmão no próprio carro para Nova Mutum e o deixou escondido nas proximidades do sítio PH, de propriedade de Raquel Cattani.
Ao longo do dia do crime, Romero almoçou com o ex-sogro, o deputado estadual Gilberto Cattani (PL), e teria chorado na frente dos familiares da vítima. Após almoçar, levou os filhos do casal para Tapurah, a fim de criar o álibi e afastá-los da cena do crime.
Na tarde do dia 18 de julho, ele chamou algumas pessoas para beber e assar carne. No período da noite, foi a três boates em Tapurah para reforçar o álibi de que estaria da cidade e, assim, não seria considerado suspeito.
O ex-cunhado de Raquel, Rodrigo, ficou à espera da vítima até ela chegar ao sítio. Romero sabia da rotina de Raquel e, de forma planejada, havia retirado o casal de filhos da residência anteriormente.
Ao chegar no sítio, por volta de 20h da quinta-feira, Rodrigo já estava no local à espreita e atacou a vítima, que morreu no local. Segundo a perícia, foram 34 golpes de facadas.
Na sequência, Rodrigo levou alguns objetos da casa, quebrou a televisão e levou a moto da vítima com destino a Lucas do Rio Verde. Conforme a Polícia Civil, a cena foi montada para parecer que foi um latrocínio.
O corpo da vítima só foi encontrado no dia seguinte, na sexta-feira (19), por um familiar. Romero chegou a participar do velório da ex-esposa, com outros familiares da vítima. Em vídeo registrado, é possível ver o ex de Raquel chorando.
Conforme as investigações, durante a análise no local do crime, apesar da aglomeração no local, um investigador notou que a janela do quarto dos filhos da vítima havia sido arrombada. Diante dessa evidência, foi solicitada a extração de eventuais impressões digitais, que foi realizada pela Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica).
A equipe da Polícia Civil, ainda no local, apreendeu um televisor que continha também algumas pegadas.
“Questionamos por que alguém tentaria levar uma televisão em uma motocicleta. Tal evidência sugeriu que aquele televisor foi deixado de forma proposital para fora da casa com o intuito de complicar a investigação”, disse o delegado regional, João Romano.
Os investigadores apontaram desconfiança de uma cena que poderia ter sido armada, a atenção foi voltada então ao ex-marido, Romero Xavier, que mantinha comportamento possessivo e não aceitava o término da relação com a vítima.
Em novos levantamentos, a Polícia Civil descobriu que o irmão de Romero, o suspeito Rodrigo Xavier, tinha diversas passagens por furtos e outros crimes, além de ter sido usuário de entorpecentes no passado.
Na sequência das diligências, o delegado de Nova Mutum, Edmundo Félix, tentou contato com Rodrigo, para que este fosse ouvido pela Polícia Civil, mas o suspeito se esquivou por várias vezes e apresentou contraversões, dizendo que estava morando em uma fazenda. Na terça-feira (23), ele atualizou uma rede social sua como morador de Cuiabá.
Nesta quarta-feira, equipes da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos e da Regional de Nova Mutum se dirigiram até o endereço de Rodrigo, na cidade de Lucas do Rio Verde. Após horas de vigilância, ele chegou na residência e, ao ser entrevistado, apresentou muito nervosismo com a presença dos policiais.
Da porta que estava aberta, as equipes observaram um frasco de perfume feminino, em cima de uma bancada. Diante da evidente suspeita, ele confessou o homicídio de Raquel Cattani.
Na casa foram encontrados frascos de perfume, um aparelho de som, um cinto, um porta-celular e uma faca, todos os objetos pertencentes à vítima.
Durante a entrevista, a equipe investigativa reuniu informações que esclareceram que Rodrigo praticou o crime a mando do irmão, Romero, e levou alguns objetos da casa para simular um latrocínio e embaraçar as investigações da Polícia Civil.
Durante a prisão de Rodrigo, os policiais civis verificaram que a bota que ele utilizava naquele momento possuía total semelhança com a pegada encontrada na televisão na casa da vítima.
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