sábado, 7 de setembro de 2024

Vítima de Silvio Almeida cria coragem e denuncia publicamente

JCO

“Também fui vítima de violência sexual do ministro de Direitos Humanos e Cidadania, Silvio de Almeida. Estou aqui para somar à voz dessas mulheres, porque eu acredito que não foram somente 14. Eu acredito que foram muitas”.

E diz ainda:

“Fui amiga de Silvio Almeida na ocasião em que ele fazia parte do Conselho Pedagógico da Escola de Governo. Fiz parte dessa Escola como aluna e professora. Dia 03 de agosto de 2019, foi o dia que, em um almoço, onde tinham mais pessoas, sofri violência sexual por parte do ministro. Sentei do lado dele e não sei por qual motivo ele se achou no direito de invadir as minhas partes íntimas sem o meu consentimento.”

E prossegue:

“A violência sexual sofrida há cinco anos foi tema em sessões de terapia. Foi tema de conversas com minhas irmãs e amigos mais próximos. Pensei muitas vezes em denunciar. Não o fiz por vários motivos, e o motivo maior, foi o medo disso voltar contra mim. Silvio tem o conhecimento da lei e poderia facilmente fazer as coisas mudarem de rumo”.

E conclui a professora:

“O ministro diz não ter materialidade as acusações contra ele. As sessões de terapia. O retorno de minha família, de meus amigos ontem e hoje, ao saber das acusações contra ele materializam a violência que sofri. Ela é objetiva. Aconteceu. Demorou muito para eu tomar essa decisão. Sei porque estou tomando-a. Faço por mim, faço por todas as pessoas, sejam crianças, jovens, adultos, homens ou mulheres que têm seus corpos invadidos. É inadmissível, ocasionam traumas praticamente impossíveis de serem superados. Somo a voz dessas mulheres e de todos que sofrem violência sexual. Tomei a decisão porque essas mulheres estão sendo julgadas como mentirosas, como fazendo parte de um grupo contra o ministro. Faço essa declaração pública pelo compromisso com a verdade e a justiça. Infelizmente o ministro Silvio de Almeida cometeu violência sexual sim. Faço essa declaração pelas mulheres, pelas crianças, pelas pessoas vulneráveis que têm seus corpos invadidos. Não somos objetos. O corpo do outro é um templo sagrado que deve ser respeitado. Deve!!!”

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