segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Irã diz estar "preparado para guerra" e EUA enviam sistema de defesa antimísseis para Israel

RFI
Irã diz estar "preparado para guerra" e EUA enviam sistema de defesa antimísseis para Israel© AFP - JALAA MAREY

O Pentágono anunciou neste domingo (13) a implantação em Israel de um sistema americano de defesa antimísseis de grande altitude THAAD, que será operado pelos militares dos Estados Unidos, após ataques recentes com mísseis do Irã. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, afirmou hoje que o seu país está "totalmente preparado para uma situação de guerra", ao mesmo tempo que reiterou que o seu governo quer "paz". 

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, “autorizou o envio de uma bateria THAAD e de uma equipe de militares americanos para Israel para ajudar a reforçar as defesas aéreas do país após os ataques sem precedentes do Irã, em 13 de abril e em 1º de outubro”, disse o porta-voz do Pentágono, general Pat Ryder, em uma declaração.

Ele especifica que uma bateria THAAD já havia sido implantada em Israel após os ataques do Hamas de 7 de outubro de 2023, e antes disso, em 2019.

Do lado iraniano, o ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, afirmou a disposição do país para o combate, reiterando que prefere, no entanto, a paz. "Estamos totalmente preparados para uma situação de guerra. Não temos medo da guerra, mas não a queremos, queremos a paz e trabalharemos por uma paz justa em Gaza e no Líbano", declarou ele neste domingo, durante uma visita a Bagdá, capital do Iraque.

Em conversa por telefone neste domingo com o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, o presidente francês, Emmanuel Macron, pediu "apoio a uma desescalada geral" da violência na região. 

Meloni critica ataques quer feriram soldados da ONU

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, cujo país detém a presidência rotativa do G7, disse neste domingo ao seu homólogo israelense, Benjamin Netanyahu, que “atacar” a força de paz da ONU no Líbano era “inaceitável”.

Meloni “reiterou que era inaceitável que a UNIFIL fosse atacada pelas Forças Armadas israelenses”, durante uma conversa telefônica com  Netanyahu, segundo o seu gabinete. E ela “enfatizou a necessidade absoluta de que a segurança do pessoal da UNIFIL seja garantida em todos os momentos”.

Na sexta-feira, a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), que inclui mais de 1.000 soldados italianos, acusou exército israelense de disparar "repetidamente" e "deliberadamente" contra as suas posições, enquanto pelo menos cinco soldados da paz ficaram feridos nos últimos dias.

Neste domingo, dois tanques israelenses “entraram à força” em uma de suas posições na fronteira, anunciou a UNIFIL. À noite, o exército israelense confirmou que um de seus tanques atingiu um posto de manutenção da paz da ONU no Líbano (UNIFIL) enquanto tentava evacuar soldados feridos, sob forte fogo inimigo no sul do país, onde enfrenta o Hezbollah. 

Giorgia Meloni também sublinhou “a urgência de trabalhar no sentido da desescalada em nível regional, renovando a total disponibilidade da Itália, na presidência rotativa do G7, para trabalhar neste sentido”.

Mais cedo, Netanyahu apelou ao secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, para remover as forças de manutenção da paz destacadas no sul do Líbano, dizendo que o Hezbollah estava usando essas tropas como “escudos humanos”.

Esta força da ONU, que inclui cerca de 9.500 soldados de cerca de cinquenta países, é responsável pela monitoração do cessar-fogo que pôs fim à guerra de 33 dias, em 2006, entre Israel e o Hezbollah.

O seu papel foi reforçado pela Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU do mesmo ano, que estipulou que apenas o exército libanês e as forças de manutenção da paz deveriam ser destacados para o sul do Líbano.

(Com AFP)

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