quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Governo Lula tirou Bolsonaro do foco, lamenta Vera Magalhães Jornalista manifestou irritação ao desperdiçar a chance de massacrar Jair Bolsonaro e a direita no noticiário

 

Marcos Melo - 28/11/2024 15h36 | atualizado em 28/11/2024 15h58

Vera Magalhães Foto: Frame de vídeo / YouTube / Roda Viva

A jornalista Vera Magalhães, em sua coluna no jornal O Globo desta quinta-feira (28), se lamentou em razão do governo Lula (PT) ter conseguido “a proeza de tirar Bolsonaro do foco”.

A colunista afirmou que “ao misturar anúncios do pacote de corte de gastos e da reforma sobre a renda, governo desagradou nas duas pontas” no que chamou de “pior semana para o bolsonarismo desde 2022”.

Leia também1 Dólar ultrapassa marca de R$ 6 pela primeira vez na história
2 Após recorde, dólar se aproxima dos R$ 6 com anúncios de Haddad
3 Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil deve iniciar em 2026
4 Haddad anuncia isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil
5 Dólar fecha na maior cotação histórica de todo o Plano Real

O texto ainda classifica a decisão de noticiar o ajuste fiscal junto ao anúncio da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês como “atabalhoada”, e afirmou que nesse processo, “Lula escancarou as divisões internas de seu governo”.

– Foi só o ápice de uma decisão atabalhoada, marcada por vários desentendimentos entre ministros, desde aqueles que não queriam que suas áreas fossem atingidas pelos cortes até os que buscavam protagonismo no anúncio (Marinho se enquadra nos dois grupos). Alguns ministros da área econômica também ficaram escanteados nas decisões finais. Enfim: ao abrir demais uma decisão que deveria tomar, Lula escancarou as divisões internas de seu governo – disse Vera.

Em seguida, a jornalista progressista se queixou pelas sucessivas trapalhadas do governo petista, que acabaram ofuscando o noticiário em desfavor do ex-presidente Jair Bolsonaro, no tocante à saga do Judiciário e parte da imprensa em busca da condenação do líder conservador: “o timing foi o pior possível”.

– Para piorar, o timing foi o pior possível: depois de demorar muito mais que o imaginado para trazer à luz um pacote que o mercado assimilasse como uma preocupação real com o equilíbrio das contas, o governo pariu duas propostas confusas, que carecem de mais detalhamento, não têm consenso no Congresso e não trazem números claros de economia e impactos na arrecadação.

E “puxou a orelha” do governo federal por deixar passar a oportunidade criada para massacrar a reputação do ex-presidente e da direita no noticiário nacional e internacional.

– Com o dólar nas alturas e a Bolsa aos solavancos, o foco do noticiário saiu do golpismo bolsonarista e foi para as inconsistências dos dois pacotes anunciados por um Haddad bastante pressionado. Não vai dar para culpar o mercado, o Banco Central ou a imprensa. Os dois primeiros aguardaram as medidas roendo as unhas. A última estava, enquanto aguardava, cumprindo seu dever de informar a população sobre os riscos que a democracia correu com o antecessor de Lula.

Vera Magalhães terminou demonstrando irritação com a falta de habilidade estratégica de comunicação de Lula e seus comandados.

– Todo o efeito desastroso de um anúncio feito da pior forma possível tem de ser creditado a Lula, seus ministros e seus “estrategistas de comunicação” (sic).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Bolsonaro conta detalhes do que aconteceu em 2022 e ironiza o tal "plano" de golpe

JCO O ex-presidente Jair Bolsonaro revelou ter conversado com comandantes das Forças Armadas sobre “artigos da Constituição” para reavaliar ...