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Embora o caso esteja no Supremo Tribunal Federal (STF), eventuais condenações superiores a dois anos levariam a decisão final sobre a perda de patentes ao STM. Um detalhe intrigante é que um dos juízes que poderá julgar esses casos já esteve no epicentro dos eventos investigados.
Na última segunda-feira, 4, Lula indicou o general Guido Amin Naves, atual comandante militar do Sudeste, para o STM, substituindo o general Lúcio Mário de Barros Góes, prestes a se aposentar. Naves, que em 2022 era chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército (DCT), vivenciou momentos críticos durante a crise entre Bolsonaro e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Após o segundo turno, enquanto Bolsonaro resistia a aceitar a derrota, manifestantes acampavam em frente ao QG do Exército pedindo intervenção militar.
Naquele período, o Ministério da Defesa apresentou ao TSE um relatório que não encontrou fraudes no sistema eleitoral, mas também não descartou irregularidades, o que manteve as tensões acesas. Esse documento foi elaborado por equipes subordinadas a Naves, que participou de reuniões no Planalto com Bolsonaro, Braga Netto e Paulo Sérgio.
A indicação de Naves ao STM foi pautada por antiguidade e confirmada após análise do Planalto. Embora próximo à cúpula do governo anterior, o general é descrito como técnico e discreto. Em nota, o Exército reforçou que seu trabalho foi orientado por critérios técnicos, visando aumentar a transparência e segurança do processo eleitoral. Lula teria sido informado sobre o histórico de Naves e não apresentou objeções.
Antes de assumir, Naves será sabatinado pelo Senado. Ele já indicou estar preparado para esclarecer dúvidas, reiterando que sua atuação no governo Bolsonaro foi puramente técnica e sem implicações políticas.
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