domingo, 29 de dezembro de 2024

O medo de Randolfe vem à tona

JCO

Ele terá que disputar o pleito em 2026 e, pelo visto, teme não ser reeleito. Por isso quer mudar a regra do jogo.

O texto propõe que, em pleitos como o de 2026, em que dois senadores serão escolhidos por cada estado, o eleitor tenha direito a apenas um voto, com os dois candidatos mais votados chegando ao Senado. Atualmente, a legislação permite votar em dois nomes para senador quando dois terços da Casa são renovados.

Randolfe tenta dar uma explicação para o motivo da mudança:

"Na disputa de todos os demais cargos eletivos, o eleitor vota em um único candidato. É ilusório acreditar que, tendo de votar em dois candidatos a Senador, ele dedique o mesmo grau de atenção e cuidado naquela que constitui a sua segunda escolha".

E prossegue:

“O segundo voto muitas vezes é dado sem maior reflexão e na esteira do primeiro. Com isso, é possível a um candidato que seria a primeira opção de um número mais reduzido de eleitores receber a segunda maior votação, graças aos votos que lhe foram dados em segunda opção. Em nosso entendimento, essa é uma evidente distorção do atual modelo”.

Noutras palavras, Randolfe receia que dois candidatos de direita recebam mais votos do que ele. No caso de apenas um voto por eleitor, o eleitorado de direita se concentraria em apenas um senador, dando mais chance para o líder do governo Lula, que se apresentaria como principal candidato de esquerda.

Randolfe ainda diz o seguinte na proposta, fazendo menção ao fato de que, quando o Senado renova apenas um terço de seus quadros, o eleitor vota em apenas um senador:

“O pleito com dois votos também pode proporcionar uma falsa impressão de maior legitimidade dos eleitos comparativamente ao Senador escolhido nas eleições anteriores, já que a probabilidade de receberem uma votação mais expressiva é maior.”

Absolutamente ninguém se importa com isso.

O projeto de Randolfe dá ares de desespero à situação da esquerda no Congresso.

O PL de Jair Bolsonaro avançou nas eleições municipais de olho na eleição de 2026, na qual a direita brasileira pretende ampliar a presença no parlamento para conseguir enfim avançar com o processo de impeachment de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Bolsonaro deixou isso implícito ao comentar a proposta de Randolfe.

“Prevendo mais um fracasso em 2026 a esquerda trabalha em duas frentes: o eleitor ter direito a um só voto para o Senado e a aliança com candidatos de outros partidos que, caso eleitos, não tomariam posições durante seus mandatos (senador isentão)”, comentou em postagem no X.

Segundo ele, “com uma maioria de ‘Centro à Direita’ a certeza do equilíbrio entre os Poderes e a volta da sonhada democracia em 2027”. 

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