A imparcialidade deles tem sido questionada em casos diversos.
O relato foi feito pela ministra Nancy Andrighi, que abrigava em seu gabinete um servidor afastado de suas funções sob a acusação de participar desse comércio de decisões judiciais.
“Qual é a consequência desses fatos? Estão arguindo a minha suspeição em processos que não têm nada a ver com os que estão sendo pesquisados pelo PAD. [Estão] arguindo minha suspeição, juntando milhares de fotografias, é impressionante. Você fica arrasado lendo aquilo ali”, relatou a ministra.
O PAD a que a ministra se refere são os processos administrativos disciplinares abertos contra servidores que teriam participado do esquema.
Por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, foram afastados dos cargos o chefe de gabinete da ministra Isabel Gallotti, um servidor que ocupava a mesma função no gabinete de Og Fernandes e um terceiro funcionário que esteve lotado em vários gabinetes, incluindo o de Nancy Andrighi. O primeiro é nome corrente nos arquivos de conversas entre o lobista Andreson de Oliveira Gonçalves e o advogado Roberto Zampieri. Foi no acervo do celular de Zampieri que os investigadores descobriram o esquema de venda de decisões judiciais no STJ, existente há pelo menos quatro anos.
Nanci Andrighi argumentou:
“Já tenho em torno de seis [arguições de suspeição]. ‘Você vai se dar por suspeito?’ Não tenho porquê. O processo não está vinculado ao PAD e eu mandei embora o funcionário na hora que eu vi o processo”.
E disse ainda:
“Ele não pôde entrar no meu gabinete para tirar as coisas pessoais, eu não deixei mais. Eu cortei o acesso imediatamente aos computadores, mas vejam o desgaste de você receber uma petição, é arrasador”.
A ministra Isabel Galloti também se manifestou sobre o esquema de venda de sentenças:
“É lamentável a situação que nós estamos vivendo com esses vazamentos, que estão abalando até o prestígio e a segurança do tribunal e causando um sofrimento enorme”.
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