sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Suspendam já o Carnaval!

 JCO

Faltando poucos dias para o Carnaval de 2025, os casos de Covid-19 voltam a crescer rapidamente.

A positividade para o vírus SARS-CoV-2 aumentou sete pontos percentuais em apenas um mês, subindo de 17,1% para 24,1% entre 25 de janeiro e 15 de fevereiro de 2025 – o maior índice registrado no ano até agora.

Os dados são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) e baseiam-se em exames realizados por grandes laboratórios como Dasa, Fleury, Albert Einstein e Sabin.

O estado de São Paulo já registra uma taxa de positividade de 24%, e a faixa etária mais afetada é a de 50 a 59 anos (30%).

Diante desse cenário, manter o Carnaval é como jogar álcool em uma fogueira.

O erro de 2020 não pode se repetir

Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou a Covid-19 uma emergência internacional, mas o Brasil seguiu com o Carnaval.

Dia 6 de janeiro Bolsonaro liga para todos os governadores pedindo que cancelarem o Carnaval.

Os governadores preferiram manter a festa, alegando custos políticos.

A recusa em cancelar o Carnaval de 2020 antecipou em pelo menos quatro meses a chegada do vírus ao Brasil, criando um desastre sanitário sem precedentes. Enquanto outros países tiveram um “paciente zero”, o Brasil recebeu milhares de turistas infectados ao mesmo tempo, acelerando exponencialmente a disseminação da doença.

O então presidente Jair Bolsonaro tentou alertar governadores e prefeitos sobre o risco, especialmente no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas a responsabilidade pelo cancelamento era estadual e municipal.

Na época, governadores preferiram manter a festa, alegando custos políticos.

Bolsonaro, como militar, sabia que o primeiro passo para conter uma ameaça era “não permitir que o inimigo desembarque”.

Devido a recusa dos governadores, Bolsonaro decretou estado de emergência sanitária em 4 de fevereiro. “Agora o custo político será meu, podem cancelar.

O então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, confirmou a gravidade da situação:

“Nos preocupam os navios que chegarão ao Brasil durante o Carnaval. Teremos milhões de turistas se misturando sem distanciamento social ou máscaras.”

Se o Carnaval de 2020 tivesse sido suspenso, o Brasil teria começado a pandemia com muito menos casos, possivelmente reduzindo pela metade o número de mortos – de 700 mil para 350 mil.

Pior, alguns dos governadores que se recusaram a cancelar o Carnaval em 2020 foram os primeiros a chamar Bolsonaro de genocida.

Mas quem, de fato, acelerou a chegada do vírus ao Brasil?

Quem permitiu a aglomeração de milhões de pessoas sem qualquer controle?

Em 2025, não podemos repetir o erro de 2020.

A Covid-19 voltou a crescer, e manter o Carnaval pode significar uma nova onda de casos, pressionando hospitais e colocando milhares de vidas em risco.

Lula, Tarcísio, Eduardo Paes suspendam já o Carnaval! A história não pode se repetir.

Stephen Kanitz. Consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.

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