O ministro Alexandre de Moraes afirmou que Jair Bolsonaro (PL) pode ser inocentado nos processos criminais que correm no STF.
Porém, para o ministro, o ex-presidente continuará inelegível devido a decisões já consolidadas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A declaração foi dada durante entrevista ao jornalista Jon Lee Anderson, publicada na edição mais recente da revista americana The New Yorker, na última segunda-feira (7/4).
Ao ser questionado sobre uma eventual possibilidade de retorno político do ex-mandatário, Moraes avaliou:
“É possível que Bolsonaro seja absolvido no processo criminal, porque o julgamento está apenas começando. Mas ele tem duas condenações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) [que resultaram em] inelegibilidade. Então, não há possibilidade de seu retorno — porque ambos os casos já foram apelados e agora estão no Supremo Tribunal Federal. Somente o Supremo Tribunal Federal poderia revertê-los, e não vejo a menor possibilidade de isso acontecer”.
Na entrevista, Moraes também considerou que outras figuras da família Bolsonaro poderiam tentar disputar a Presidência da República, com o aval do ex-presidente. Entretanto, ponderou que nenhum deles — nem a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, nem os filhos — possui o mesmo tipo de ligação com as Forças Armadas que caracterizava a liderança de Jair Bolsonaro.
A entrevista ocorreu em meio ao processo criminal que envolve o ex-presidente, que se tornou mais grave no dia 26 de março, quando a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), tornando Bolsonaro e outras sete pessoas réus por suposta conspiração golpista para tentar reverter o resultado das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Moraes também rejeitou a ideia de que Bolsonaro esteja sendo alvo de uma justiça parcial.
“A responsabilidade de cada pessoa agora tem que ser determinada no tribunal, porque é quando eles apresentarão sua defesa”, afirmou o ministro. “Mas toda a narrativa de perseguição política, a alegação de inimizade pessoal, tudo isso entrou em colapso, porque não foi apenas a polícia federal que os acusou — o próprio procurador-geral decidiu prestar queixa.”
Durante reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara, nesta terça-feira (8), o deputado do PL capixaba, Gilvan da Federal, não se conteve e disparou:
“Eu quero mais que o Lula morra”.
A frase foi dita durante reunião do colegiado que aprovou um projeto de lei que prevê a retirada das armas dos seguranças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros.
“Eu quero mais que o Lula morra, quero que ele vá para o quinto dos infernos, é um direito meu. Não vou dizer que eu vou matar cara, mas eu quero que ele morra, que vá para o quinto dos infernos. Nem o diabo quer o Lula, por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer. Tomara que ele tenha uma taquicardia, porque nem o diabo quer a desgraça desse presidente que está afundando o país. Quero mais que ele morra mesmo”, disse o deputado.
O Ministro Alexandre de Moraes acabou de conseguir uma matéria de 18 páginas na The New Yorker, uma das publicações de maior influência dos Estados Unidos, ainda que com viés progressista.
Ele diz impropriedades grosseiras, colocando-se como salvador do Brasil e até do mundo. Ele literalmente afirma que o X de Elon Musk possibilitaria que Goebbels e o nazismo conquistassem o mundo. Também coloca-se em franca oposição a Donald Trump.
Somente uma pessoa que tem certeza de que nunca será removida do cargo parte para confronto tão direto contra o presidente dos Estados Unidos em uma das revistas americanas mais influentes. Nunca um brasileiro ousou isso na História. A que ponto chegamos.
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Sim, com Trump, a resposta é rápida e fulminante.
Nesta terça-feira (8), a secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que tarifas de 104% dos Estados Unidos sobre a China entram em vigor na quarta-feira (9).
Na segunda-feira, o presidente americano, Donald Trump, havia ameaçado taxar a China em mais 50% caso Pequim não voltasse atrás em medidas retaliatórias até esta terça, o que não aconteceu. Mais cedo, o republicano chegou a dizer que aguardava uma ligação do governo chinês para um acordo que evitasse aumento das disputas tarifárias entre os países.
“A China também quer fazer um acordo, muito, mas eles não sabem como começar. Estamos esperando a ligação deles. Vai acontecer!”, escreveu Trump nas redes sociais.
Os novos 50% de tarifas se somariam aos 20%, implementados em março, e os 34% anunciados na semana passada, chegando ao total de 104%.”
A China, por sua vez, prometeu “lutar até o fim” e acusa os Estados Unidos de praticarem unilateralismo, protecionismo e intimidação econômica com a imposição de tarifas adicionais de 34% sobre produtos chineses. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que a postura americana de colocar seus próprios interesses acima das regras internacionais prejudica a estabilidade da produção global e da cadeia de suprimentos, além de comprometer a recuperação econômica mundial.
Não está claro se o presidente Xi Jinping se reunirá com Trump para discutir uma solução. Questionado sobre essa possibilidade, Lin disse que o tema deve ser tratado por outros departamentos. “Pressões e ameaças não são o caminho certo para lidar com a China. Defenderemos firmemente nossos direitos e interesses legítimos”, afirmou.
A empresa americana Colossal Biosciences anunciou na segunda-feira (07/04) os supostos "primeiros animais deextintos do mundo".
Num vídeo postado no X (o antigo Twitter), eles mostram os uivos de dois filhotes que supostamente são de lobo-terrível (Aenocyon dirus), uma espécie de pelagem branca que habitou as Américas, mas está extinta há mais de 10 mil anos.
A companhia explicou que os animais foram criados a partir de ferramentas de edição genética(conheça os detalhes a seguir).
"Esse momento representa não apenas um marco para nós como empresa, mas um avanço para a ciência, a conservação e a humanidade", comemorou a Colossal Biosciences nas redes sociais.
Além de lobos, o grupo também faz pesquisas para tentar deextinguir o mamute-lanoso (Mammuthus primigenius), o dodô (Raphus cucullatus) e o lobo-da-tasmânia (Thylacinus cynocephalus).
Mas como foi possível trazer de volta uma espécie que sumiu do mapa há tanto tempo? E quais são os objetivos desse tipo de pesquisa?
Conheça a seguir tudo o que se sabe sobre esse projeto até o momento e suas controvérsias.
Numa série de vídeos publicados pela Colossal Biosciences nas redes sociais, cientistas que fizeram parte do projeto explicam em detalhes o passo-a-passo da iniciativa.
De acordo com o relato deles, o primeiro passo foi coletar amostras de DNA do lobo-terrível.
Para isso, eles extraíram o material genético — que guarda as informações sobre as características de um ser vivo e as instruções para o organismo funcionar — de duas fontes: um dente de 13 mil anos encontrado em Ohio, nos Estados Unidos, e um pedaço de crânio de 72 mil anos excavado em Idaho, também nos EUA.
Em seguida, o lobo-terrível teve seus genes sequenciados.
Os pesquisadortes puderam então analisar essas informações genéticas e buscar qual espécie viva ainda preserva algum grau de parentesco com o animal extinto.
Eles chegaram, então, ao lobo-cinzento (Canis lupus), que vive em grande parte do Hemisfério Norte, em especial em regiões mais frias, como o Canadá e a Rússia.
Nesse processo, eles entenderam quais genes eram iguais ou diferentes entre as duas espécies de lobo — e quais desses trechos de DNA eram responsáveis por determinar características específicas, como tamanho, peso, cor da pelagem, formato das orelhas...
A Colossal Biosciences desenvolveu então técnicas menos invasivas para coletar células progenitoras endoteliais (a camada que reveste o interior dos vasos sanguíneos) do lobo-cinzento.
Essas células foram usadas como a base para o trabalho de modificar os genes.
Por meio de técnicas avançadas como o Crispr, os cientistas fizeram 20 edições em 14 genes, para que eles ficassem de acordo com o encontrado no DNA do lobo-terrível (e não mais do lobo-cinzento).
Com isso, seria possível obter algumas das características do lobo-terrível: pelo branco, maior porte, ombros abertos, cabeça mais larga, mais músculos nas pernas e vocalizações típicas da espécie, marcadas por uivos e choramingos.
Mas o trabalho não terminou aí: com a edição dos genes finalizada, os especialistas transferiram o núcleo dessa célula (local onde fica guardado todo o DNA) para um óvulo — cujo próprio núcleo havia sido retirado previamente.
Esse óvulo, por sua vez, foi cultivado para se tornar um embrião — que foi implantado no útero de uma cachorra doméstica.
A cachorra teve uma gestação normal e, ao final do período, nasceram os filhotes de lobo-terrível.
Os dois primeiros vieram ao mundo em 1° de outubro de 2024 e foram batizados de Rômulo e Remo — uma alusão ao mito dos irmãos gêmeos amamentados por uma loba que fundaram Roma.
A terceira loba-terrível nasceu em janeiro deste ano e ganhou o nome de Khaleesi, uma homenagem a Daenerys Targaryen, uma personagem da série Game of Thrones, onde lobos têm um papel importante na trama.
Rômulo, Remo e Khaleesi são mantidos numa grande reserva privada nos EUA cuja localização não foi divulgada, para proteger os animais. Não há previsão de que eles sejam soltos na natureza ou cruzem para gerar uma nova geração de lobos.
O Centro para Diversidade Biológica calcula que 30% da diversidade genética do planeta será perdida até 2050 por causa desse sumiço generalizado de diferentes formas de vida.
Para a empresa americana, a edição genética é uma maneira de reverter isso. Numa entrevista à revista Time, os líderes da Colossal disseram que usar essas ferramentas é um "imperativo moral" e "uma forma dos humanos, que deixaram tantas espécies à beira da extinção, dar uma retribuição à natureza".
"Se nós queremos um futuro numeroso do ponto de vista biológico e cheio de pessoas, precisamos dar a nós mesmos a oportunidade de ver o que nossos grandes cérebros podem fazer para reverter algumas das coisas ruins que fizemos com o mundo", afirmou Beth Shapiro, uma das cientistas da Colossal Biosciences.
Segundo esse ponto de vista, é possível usar a edição genética para proteger algumas espécies e torná-las mais resistentes a alguns fatores, como a falta de água ou o excesso de calor.
A empresa também pontua que grandes predadores — como foi o caso do lobo-terrível há milhares de anos — são primordiais para o equilíbrio de ecossistemas. De acordo com esse raciocínio, eles controlam as populações de outros animais e permitem um melhor balanço e uma dinâmica mais ajustada entre diferentes espécies que circulam por um mesmo local.
No entanto, não está claro como essa reintrodução de espécies extintas há milhares de anos aconteceria na prática e quais seriam os efeitos disso sobre o meio ambiente.
Até porque muitas delas, como é o caso de lobos ou mamutes, vivem em bandos numerosos e precisam de um vasto território cheio de recursos para sobreviver.
Por fim, há muito debate também sobre se é adequado usar o termo "deextinção" para descrever a chegada de Rômulo, Remo e Khaleesi.
Em entrevista à revista New Scientist, Shapiro detalhou que as duas espécies usadas no projeto — o lobo-terrível e o lobo cinzento — dividem 99,5% do DNA.
Embora esse número pareça elevado, o 0,05% restante significa uma parcela significativa em termos genéticos: o lobo-cinzento possui 2,4 bilhões de pares de bases nitrogenadas (as "peças" que compõem cada um dos genes).
Ou seja: o 0,05% de DNA que separa lobo-cinzento e lobo-terrível ainda representa uma diferença de mais de um milhão de pares de bases nitrogenadas entre as espécies.
Vale lembrar que os cientistas da Colossal Biosciences fizeram apenas 20 edições em 14 genes que pertenciam originalmente ao lobo-cinzento e foram alteradas para se aproximarem do lobo-terrível.
Mas certamente o animal extinto possui muitas outras diferenças no DNA que não foram contempladas na "nova versão" da espécie feita pelos cientistas — e modificaram somente algumas características do lobo-cinzento (que deram a Rômulo, Remo e Khaleesi o pelo branco, o porte maior...).
Para a NewScientist, Shapiro defendeu que "conceitos de espécie são sistemas de classificação humana".
"Estamos usando o conceito de espécie morfológica [determinadas por características e semelhanças] e dizendo que, se eles se parecem com este animal [o lobo-terrível extinto], então eles são esse animal", disse ela.
Em entrevista à BBC News, o paleogeneticista Nic Rawlence, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, classifica os animais como um "híbrido" entre as duas espécies de lobo.
O pesquisador lembra que o lobo-terrível divergiu do lobo-cinzento entre 2,5 milhão a 6 milhões de anos atrás.
"O lobo-terrível está em um gênero completamente diferente dos lobos cinzentos", argumenta o especialista.
"De cerca de 19 mil genes, eles [a Colossal Biosciences] determinaram que 20 mudanças em 14 genes deram a eles um lobo-terrível", critica ele.