Em meio ao agravamento das tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes e Cristiano Zanin se reuniram com grandes nomes do setor financeiro para entender o alcance das sanções impostas pelo governo Donald Trump no âmbito da Lei Global Magnitsky.
O encontro, revelado por Malu Gaspar no O Globo, ocorreu com a presença de banqueiros como André Esteves (BTG Pactual), José Vita (Itaú) e Alessandro Tomao (Santander), além do presidente da Febraban, Rodrigo Maia, e do advogado-geral da União, Jorge Messias.
O objetivo dos magistrados foi compreender como as restrições podem evoluir e por quanto tempo devem perdurar. Os executivos explicaram que, embora atualmente os bloqueios se concentrem em operações em dólar, há sistemas automáticos que verificam, inclusive em transações internas como o Pix, se clientes estão listados entre os alvos da Magnitsky. Segundo os presentes, o cerco pode se ampliar para familiares e aliados próximos, com a possibilidade de que a advogada Viviane Barci, esposa de Moraes, seja incluída.
As restrições, por enquanto, não cortam o acesso ao sistema Swift, responsável por processar transferências internacionais, mas banqueiros alertaram que esse cenário pode mudar. A avaliação geral é que a situação ainda é “corrigível”, embora haja incerteza sobre os próximos passos de Washington.
A pressão se intensificou após novas falas de autoridades norte-americanas. O subsecretário Darren Beattie afirmou que Moraes foi incluído na lista da Magnitsky por ser “o principal arquiteto da censura e perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro”, enquanto o vice-secretário de Estado, Christopher Landau, acusou um único juiz do STF de “usurpar o poder” no Brasil, sem citar nomes.
Segundo o jornalista Lauro Jardim, os ministros estão "apavorados".
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