A cúpula do União Brasil decidiu formalizar seu desligamento do governo Lula a partir de setembro e anunciou que devolverá dois dos três ministérios atualmente sob sua influência. A decisão ocorre em meio a críticas públicas do presidente nacional da sigla, Antonio Rueda, à administração petista, intensificando o distanciamento político entre o partido e o Planalto.
Atualmente, o União Brasil comanda os ministérios do Turismo, das Comunicações e da Integração Nacional. Destes, apenas o titular do Turismo, Celso Sabino, é filiado ao partido. A direção da legenda já sinalizou que, caso Sabino decida permanecer no cargo como escolha pessoal do presidente Lula, será expulso da sigla.
No Ministério das Comunicações, o atual chefe da pasta, Frederico Siqueira, também deve ser substituído. Apesar de não ser filiado a nenhum partido, Siqueira chegou ao cargo por indicação direta do União Brasil — relação que a legenda agora deseja encerrar como parte do rompimento com o governo.
Já o ministro da Integração Nacional, Waldez Góes, deve continuar no cargo. Filiado ao PDT, sua permanência é atribuída à forte articulação do senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), figura de grande peso dentro do partido. A liderança nacional optou por não confrontar a influência de Alcolumbre neste momento.
Com 59 deputados federais, o União Brasil é a terceira maior bancada da Câmara dos Deputados, ficando atrás apenas de PL e PT. A saída do partido da base aliada representa um revés considerável para o governo, que já enfrenta dificuldades para formar maioria no Congresso e aprovar suas pautas prioritárias.
A saída do União vinha sendo cogitada desde abril, quando o partido se uniu ao PP — sigla de oposição ao Planalto — em uma federação partidária. Essa aliança obriga ambas as legendas a apoiar o mesmo candidato à Presidência em 2026, o que inviabiliza a permanência do União no governo federal.
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