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A prisão domiciliar imposta ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (4/8), provocou forte reação de senadores. Para os parlamentares, a medida representa uma escalada autoritária e um grave atentado à democracia e ao Estado de Direito.
O senador Izalci Lucas (PL-DF), líder da oposição no Congresso Nacional, classificou a decisão como um agravamento da crise institucional. Segundo ele, Moraes “dobrou a aposta” ao endurecer a repressão contra Bolsonaro e seus apoiadores.
“A liberdade de expressão está sob ataque direto. Não vamos desistir do Brasil”, afirmou Izalci, pedindo uma resposta do Legislativo e da sociedade.
A prisão de Bolsonaro, segundo o ministro Moraes, foi motivada pelo descumprimento de medidas cautelares, especialmente por sua participação remota em manifestações no último domingo (3/8), cujos vídeos foram divulgados por seus filhos — Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro.
O senador Jorge Seif (PL-SC) interpretou a decisão como uma retaliação ao sucesso das manifestações populares realizadas em diversas cidades do país:
“A aposta foi dobrada. Clara reação ao sucesso das manifestações de ontem, além da aplicação da Magnitsky. É ditadura. É regime. É vingança”, escreveu.
Outros parlamentares foram mais enfáticos. Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que a prisão domiciliar “vem para calar o maior líder deste país” e criticou também a decisão que impôs tornozeleira eletrônica ao senador Marcos do Val (Podemos-ES), considerando que ambas violam o devido processo legal. Portinho ainda declarou que a oposição reunirá as assinaturas necessárias para pautar um pedido de impeachment contra Moraes.
O senador Marcos Rogério (PL-RO) também se manifestou:
“Estamos diante de mais um ataque ao Estado de Direito, em que princípios como o devido processo legal, a presunção de inocência e a ampla defesa são desrespeitados”.
Magno Malta (PL-ES), por sua vez, resumiu sua indignação em uma frase publicada no X:
“Vingança não é justiça. Abuso de poder. Impeachment de Moraes. Brasil refém.”
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