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sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Sob anonimato, agente da PRF quebra o silêncio e denuncia o desmantelamento da instituição pelo atual governo

JCO

Um Policial Rodoviário Federal, sob a condição de anonimato, enviou para o Jornal da Cidade Online uma séria denúncia.

A atual gestão da Polícia Rodoviária Federal está agindo de maneira irresponsável, sem previsibilidade e sem fundamentação técnica, desmontando o que levou anos para ser construído.

Um verdadeiro horror que poderá custar muito caro para a sociedade.

Leia o texto:

“Permaneço no anonimato não por covardia, mas por respeito à instituição que sirvo há anos com dedicação e compromisso. Diante do que presenciei nos últimos dias, porém, o silêncio seria cumplicidade.
Sem qualquer justificativa técnica, a atual Superintendência da PRF no Distrito Federal desfez, de forma abrupta, o Núcleo de Operações Especiais (NOE/DF). Um grupo formado por 11 policiais altamente capacitados — com cursos operacionais, experiência consolidada e histórico de atuação em ocorrências de alta complexidade — foi dispersado sem planejamento, critério ou diálogo.
A extinção do Grupo de Resposta Tática (GRT), que compunha parte essencial do NOE, ocorre em um momento extremamente sensível para a segurança pública, marcado por tensões políticas crescentes e ameaças difusas à ordem institucional. Ao desmobilizar esse núcleo, a gestão regional deixa o Distrito Federal — sede dos três poderes da República — sem uma equipe de pronta resposta para situações que exigem ações táticas, controle de distúrbios, apoio a operações integradas e segurança reforçada em eventos críticos.
A alegação oficial para a decisão foi uma suposta ‘readequação de efetivo’. No entanto, além de não haver qualquer critério técnico apresentado, essa justificativa ignora o fato de que a existência de um grupo de operações especiais é prevista regimentalmente. Pior: o próprio NOE ainda conta com ao menos 14 policiais lotados em suas demais frentes — como o motociclismo operacional e o grupo de operações com cães — que não foram atingidos por essa alegada reestruturação. Curiosamente, a necessidade de reforço que teria motivado a medida poderia ter sido plenamente atendida no âmbito dos próprios postos operacionais, que contam com 31 policiais fora da escala ordinária em outros grupos especiais. Nenhum deles foi reposicionado para suprir essa ‘readequação’. A incoerência é evidente.
Mais grave ainda é constatar que essa não é a primeira vez que se comete esse erro. Em 2011, a gestão da época também desfez o NOE/DF, e os impactos negativos foram imediatos. A ausência de um grupo especializado afetou diretamente a qualidade e a eficiência das ações da PRF em operações sensíveis. Só após aproximadamente um ano e meio de lacuna foi possível iniciar a reestruturação do núcleo — um processo lento, custoso e que exigiu esforço e sacrifício pessoal de muitos. Todo o material anteriormente utilizado foi pulverizado, inclusive itens adquiridos com recursos dos próprios policiais, que sempre tiveram compromisso com a missão.
O que se espera de uma administração pública é responsabilidade, previsibilidade e fundamentação técnica — especialmente em decisões que impactam diretamente a segurança da população e a vida dos próprios policiais. Quando isso é deixado de lado, abre-se espaço para o improviso, a instabilidade e a politização de estruturas que deveriam se pautar pela excelência técnica.
Como servidor, lamento profundamente ver decisões unilaterais desmontando o que levou anos para ser construído. Como cidadão, me preocupo. Porque a ausência de um grupo especializado não se nota nos dias calmos — mas pode custar caro quando a crise bater à porta.
Policial Rodoviário Federal – em anonimato por segurança e respeito à PRF.”

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