O jornal norte-americano The Wall Street Journal publicou neste domingo (10) um artigo assinado pela colunista Mary Anastasia O’Grady que acusa o Supremo Tribunal Federal (STF) de ter “dado um golpe de Estado” no Brasil e de agir com “viés político, autoritário e antidemocrático”. O texto aponta diretamente a atuação do ministro Alexandre de Moraes como símbolo do que considera ser uma distorção das funções constitucionais da Corte.
O’Grady compara a atual situação brasileira a regimes como o de Hugo Chávez na Venezuela, argumentando que ditadores costumam começar controlando instituições para, depois, perseguir opositores. Entre os exemplos citados, está o Inquérito das Fake News, instaurado pelo próprio STF em 2019, no qual a Corte acumulou papéis de acusador, investigador e julgador. Para a colunista, isso feriu o direito dos brasileiros de serem processados em instâncias locais e estaduais.
O artigo sustenta que o Supremo tem censurado críticos e prendido adversários políticos “sem nenhum controle externo”, e contrasta a decisão de anular, em 2021, a condenação de Lula por corrupção com a atual condição de réu do ex-presidente Jair Bolsonaro. O texto também minimiza a gravidade dos eventos de 8 de janeiro de 2023, afirmando que a maioria dos presentes era composta por “marginais de tênis” e que “nenhum soldado deixou as instalações militares”.
A publicação afirma que “não importa o que se pense de Bolsonaro, está claro que a política tomou conta da Corte” e menciona que senadores da direita tentam reunir votos para abrir processo de impeachment contra Moraes. Segundo O’Grady, “as elites estão começando a reclamar dos juízes embriagados de poder”.
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