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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) modificou para convite as convocações de Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal; Jorge Messias, advogado-geral da União do Brasil; Vinícius de Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU); e Bruno Bianco, ex-advogado-geral da União do Brasil e ex-secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Com isso, nenhum deles é obrigado a comparecer às sessões, sendo a presença facultativa na CPMI criada no Congresso Nacional para investigar as fraudes bilionárias que prejudicaram aposentados e pensionistas do INSS. A fraude foi revelada pelo Metrópoles.
Nesta quinta-feira (18/9), a CPMI do INSS ouve o advogado Nelson Wilians, os empresários Rubens Oliveira e Milton Salvador de Almeida Jr., sócios de Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como Careca do INSS, além de Tânia Carvalho dos Santos, esposa do Careca do INSS.
Acompanhe ao vivo:
Foi aprovada, ainda, a convocação de dirigente de entidades ligadas ao INSS. São elas:
- Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag);
- Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi);
- Casa de Apoio ao Beneficiário Previdenciário de Aposentaria e Pensão do INSS (Cabrev);
- Associação dos Aposentados e Pensionistas Brasil Clube de Benefícios (ABCB).
- Associação de Suporte Assistencial e Beneficente para Aposentados, Servidores e Pensionistas do Brasil (Asabasp)
- APPN Benefícios – Aapen (ABSP)
- Associação dos Aposentados e Pensionistas dos Regimes Geral da Previdência Social (Aapps Universo)
- Associação dos Aposentados e Pensionistas do Brasil (AAPB)
- Associação Brasileira dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Asbrapi)
- Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas (Cebap)
- União Nacional de Auxílio aos Servidores Públicos (Unaspub)
- Associação no Brasil de Aposentados e Pensionistas da Previdência Social (Apbrasil)
- Associação de Aposentados Mutualista para Benefícios Coletivos (Ambec)
- Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura (CBPA)
- Caixa de Assistência aos Aposentados e Pensionistas (Caap)
- Associação de Proteção e Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (Apdap Prev, ex-Acolher)
Com as mudanças, o cronograma de oitivas da CPMI sofre alterações. Na próxima quinta-feira (25/9), será ouvido o ex-ministro da Previdência Social Onyx Lorenzoni (PP-RS). Em 29 de setembro, será ouvida Cecília Montalvão Simões, esposa do empresário Maurício Camisotti, investigado por ser dono de três associações que faturaram R$ 852 milhões em descontos de aposentadorias.
Em 2 e 9 de outubro, estão previstas a participação de Vinícius de Carvalho, ministro da Controladoria-Geral da União (CGU) e Wolney Queiroz, ministro da Previdência Social, respectivamente.
Entenda a participação dos convocados
- Nelson Wilians
O advogado Nelson Wilians aparece em transações financeiras que estão nos relatórios da PF. Em relatório da Coaf, anexado às investigações que basearam a operação Sem Desconto, Wilians movimentou R$ 4,3 bilhões em “operações suspeitas”. Wilians pagou R$ 15 milhões a Maurício Camisotti. Ele também fez uma doação para a campanha do senador Rogério Marinho (PL-RN), integrante da CPMI.
- Romeu Carvalho Antunes
Filho de Antonio Antunes, Romeu Carvalho Antunes atuou de forma intensa no esquema. Segundo registros do governo federal, Romeu é sócio direto de ao menos quatro empresas do Careca do INSS e ainda tem participação indireta em outros três negócios do pai, por meio de outros CNPJs dos quais Romeu consta como um dos sócios.
“Todas as empresas supracitadas cuja sociedade Romeu Carvalho integra foram utilizadas para envio de valores a pessoas físicas e jurídicas relacionadas a servidores do INSS”, diz a PF no relatório da Operação Sem Desconto.
Romeu foi alvo de busca e apreensão. Sob posse do filho do Careca do INSS, foi encontrada uma frota milionária de seis carros e uma motocicleta, entre eles um Porsche e dois veículos da marca BMW.
A PF afirma que Romeu ficaria como sócio de um call center de Antonio Antunes caso o lobista conseguisse consumar um plano de fuga para os Estados Unidos. O Careca do INSS mantinha duas centrais de atendimento, chamadas “Truetrust” e “Callvox”, que tinham como clientes entidades associativas de aposentados, e montou uma terceira, chamada Amigo Center S/A, voltada a créditos consignados.
Ainda de acordo com investigações da Polícia Federal, os rendimentos mensais declarados pelo filho do Careca do INSS saltaram de R$ 1,6 mil para R$ 107,6 mil, entre dezembro de 2023 e fevereiro de 2024 – período em que Romeu começou a integrar a sociedade das empresas do pai.
- Tania Carvalho dos Santos
- Cecília Montalvão Simões
- Rubens Oliveira Costa
De acordo com dados da PF, Rubens Oliveira Costa é o “carregador de mala” do Careca do INSS. Ele sacou R$ 919,4 mil de empresas de Antonio Antunes, Romeu Antunes e Thaisa Jonasson, companheira do ex-procurador do INSS, Virgilio Oliveira Filho, um dos receptores de propina do esquema.
Rubens também aparece como um dos sócios da empresa “Venus Consultoria & Assessoria Empresarial S/A”, junto com Alexandre Guimarães, ex-diretor do INSS, que participou de uma reunião com o atual ministro da Previdência, Wolney Queiroz (PDT), na sede do Ministério, durante a transição dos governos de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O histórico societário de Rubens Costa o torna uma espécie de elo entre o lobista Antonio Antunes e servidores do INSS que receberam propina no esquema. Além da sociedade com Guimarães, ele foi sócio do Careca do INSS na “Brasília Consultoria Empresarial S/A” e de Thaisa Jonasson na “Curitiba Consultoria em Serviços Médicos”.
- Milton Salvador de Almeida Júnior
Segundo a PF, Milton Salvador ingressou em cinco sociedades com movimentações milionárias feitas em um mês – entre junho e julho de 2024. Antonio Antunes, o Careca do INSS, também aparece como sócio dessas empresas. São elas a “ACCA Consultoria Empresarial S/A”, “ACDS Call Center Ltda”, “Brasilia Consultoria Empresarial S/A”, “Camilo Comércio e Serviços Ltda” e “Prospect Consultoria Empresarial Ltda”. Milton Salvador, ou empresas relacionadas a ele, teriam recebido R$ 48,3 milhões de entidades associativas e empresas intermediárias investigadas pela PF.
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