O encontro que prometia ser uma vitrine diplomática entre Lula e Donald Trump acabou se transformando em um pesadelo para o governo brasileiro. O motivo: a pressão direta do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que deixou claro que qualquer avanço nas negociações entre os dois países dependerá de uma “solução” para os problemas internos do Brasil — especialmente no que se refere às decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e às restrições impostas ao setor digital.
Durante entrevista coletiva, Rubio foi enfático ao afirmar que os Estados Unidos estão atentos à forma como “alguns juízes brasileiros tratam as empresas de tecnologia americanas”, mencionando casos de censura e intervenções judiciais que, segundo ele, prejudicam a liberdade de expressão e os interesses de empresas do Vale do Silício. O recado foi direto: Washington só está disposto a negociar com o Brasil se o governo petista “der um jeito” nessa situação.
A reunião entre Lula e Trump, prevista para ocorrer de forma mais informal, foi descrita como uma simples “interação” — um contato rápido e sem o peso diplomático esperado. A mudança de tom expôs o clima de tensão nos bastidores. Segundo Rubio, Trump quer “explorar maneiras de resolver tudo isso”, indicando que o tema STF e liberdade digital estará no centro das tratativas entre os dois países.
Lula, por sua vez, tentou minimizar o episódio, dizendo que “não há nenhuma exigência formal” por parte dos Estados Unidos. Mas as falas de Rubio soaram como um alerta: sem avanços concretos na liberdade de expressão e na previsibilidade jurídica, o Brasil pode perder espaço e confiança no cenário internacional.
Na prática, a promessa de uma nova era de cooperação entre Brasil e EUA deu lugar a um cenário de desconfiança. O que deveria ser um gesto simbólico de aproximação virou um lembrete incômodo de que o país ainda carrega feridas abertas — e que o STF, longe de ser um símbolo de estabilidade, é visto no exterior como um ponto de incerteza.
Para o governo Lula, a reunião que começou como um “sonho americano” terminou com gosto de pesadelo diplomático.
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