ARMAZÉM PARAÍBA, SUCESSO EM QUALQUER LUGAR.

ARMAZÉM PARAÍBA, SUCESSO EM QUALQUER LUGAR.

sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Ex-assessor do relator da anistia vira foco da CPMI do INSS João Pedro de Moura foi sócio da Gestora Eficiente, do Sindnapi, e assessor de Paulinho da Força (SD-SP). CPMI quer quebrar sigilo dele

metrópoles  

 atualizado 

Sindnapi / reprodução
O lobista João Pedro de Moura, investigado na CPMI do INSS
ouvir notícia

Um ex-assessor do deputado Paulinho da Força (SD-SP) entrou na mira da CPMI do INSS no Congresso Nacional. João Pedro de Moura foi preso em 2008 na Operação Santa Tereza, da Polícia Federal, que investigou desvios no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Agora, virou foco de atenção da CPMI pelo fato de sua mulher, Pâmela Grecco, ser sócia da empresa Gestora Eficiente, ligada ao Sindnapi.

João Pedro foi mencionado no depoimento da coordenadora jurídica do Sindnapi, Tônia Galletti, nesta segunda-feira (20). Nesta quarta (22), o deputado Kim Kataguiri (União-SP), que integra a CPMI como suplente, pediu a quebra dos sigilos fiscal e telemático de João Pedro.

Segundo Kim, há “indícios concretos” de que ele atuava como operador financeiro de esquemas de intermediação ilícita entre sindicatos e instituições financeiras, com desvio de recursos de aposentados.

Paulinho da Força é o relator do projeto de lei da anistia para os condenados do 8 de Janeiro na Câmara.

Pamela Grecco e João Pedro de MouraPamela Grecco e João Pedro de Moura
Pamela Grecco e João Pedro de Moura

De acordo com pessoas que conhecem o dia a dia do sindicato, Moura dava expediente dentro da sede da entidade, numa sala ao lado da presidência. Ele aparece ainda em várias fotos com o presidente do sindicato, Milton Baptista de Souza Filho, o Milton Cavalo, e com autoridades como o ex-ministro da Previdência Carlos Lupi.

Como revelou a coluna antes mesmo do início das atividades da CPMI, a Gestora Eficiente era a empresa usada pelo Sindnapi para processar as fichas dos aposentados descontados pela entidade. Toda vez que um aposentado passava a sofrer os descontos, a empresa e seus dirigentes recebiam uma comissão.

Além de Pâmela Grecco, mulher de João Pedro, eram sócios da Gestora Eficiente o marido de Tônia Galletti, o advogado Carlos Afonso Galletti Júnior, e a decoradora Daugliese Giacomasi Souza, mulher de Milton Cavalo.

Na Operação Santa Tereza, João Pedro foi preso e denunciado por supostamente participar dos desvios em empréstimos do BNDES.

Em nota à coluna, a defesa de João Pedro de Moura informou que as acusações contra seu cliente no âmbito da operação Santa Teresa foram rejeitadas ou prescreveram. A decisão é de junho deste ano (leia mais abaixo). O deputado Paulinho da Força também foi procurado, mas não respondeu. O espaço segue aberto.

Nome surgiu em depoimento de coordenadora do Sindnapi à CPMI do INSS

Durante a sessão de segunda-feira, o relator Alfredo Gaspar (União-AL) questionou Tônia Galletti sobre as relações pessoais e comerciais entre seu marido e o lobista. “A senhora conhece Pâmela Grecco?”, perguntou o deputado.

“Sim”, respondeu Tônia. “E sabe com quem ela é casada?” — “Com João Pedro.” Gaspar lembrou que Moura havia sido preso pela Polícia Federal e perguntou se a depoente tinha conhecimento de fraudes no BNDES, o que ela negou.

O relator também destacou que o endereço de Moura coincidia com o do pai falecido de Tônia, e ela respondeu que o apartamento havia sido alugado temporariamente ao casal Pâmela e João Pedro.

Ao explicar a criação da Gestora Eficiente, Tônia disse que a empresa foi uma exigência do sindicato e do BMG para gerenciar o processo de filiação de associados e fiscalizar a execução dos contratos. “O sindicato não tinha estrutura nacional e terceirizou o serviço com pessoas que já assessoravam a entidade — meu marido, a Pâmela e outros”, afirmou.

PF acusou João Pedro de levar mochilas para gabinetes

A participação de Moura e de seus vínculos com o meio sindical voltou ao centro do debate quando o deputado Luiz Lima (Novo-RJ) apresentou um conjunto de imagens e relatórios durante a mesma sessão.

Ele associou o lobista a figuras históricas do sindicalismo, como Luiz Antônio de Medeiros, fundador da Força Sindical, e o deputado Paulinho da Força, ambos citados nas investigações de 2008.

“O Sr. João Pedro Moura foi preso na Operação Santa Tereza, que investigou desvio de recursos do BNDES. Ele era considerado um dos principais assessores da Força Sindical, responsável pela ligação da organização criminosa com o banco”, disse Luiz Lima.

O parlamentar leu trechos de reportagens do O Estado de S. Paulo e de relatórios da Polícia Federal que descrevem Moura como o operador que “carregava mochilas com documentos e valores” para gabinetes parlamentares.

Segundo interceptações telefônicas, ele teria comemorado ter conseguido “todas as prefeituras do Rio de Janeiro, Paraíba e Rio Grande do Norte” para contratos fraudulentos, com propina estimada em 4% sobre cada financiamento.

Luiz Lima exibiu ainda as fotos em que Moura aparece ao lado de Carlos Lupi, ex-ministro da Previdência, e Milton Cavalo, atual presidente do Sindnapi.

“São essas pessoas, com esse histórico, que compõem o sindicato do irmão do presidente do Brasil”, afirmou o deputado, referindo-se a Frei Chico, irmão de Lula e um dos fundadores do Sindnapi.

Acusações contra João Pedro de Moura prescrevam ou foram rejeitadas, diz defesa

Em nota à coluna, a defesa de João Pedro de Moura disse que as acusações contra o cliente prescreveram, ou foram rejeitadas. A decisão sobre o caso foi da Justiça Federal em São Paulo.

Leia abaixo a íntegra da nota da defesa:

“Na qualidade de Advogados do Sr. João Pedro de Moura nos autos da ação penal relacionada à chamada “Operação Santa Tereza ”, vimos informar que, após longa instrução processual – na qual foi feita prova da regularidade dos financiamentos concedidos pelo BNDES –, o MM. Juízo da 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo proferiu r. sentença em 03.06.25, na qual declarou a prescrição de parte das imputações e o absolveu das demais acusações, fazendo-se Justiça após 17 anos. Atualmente, aguarda -se a apreciação de pedido definitivo de prescrição, com a manifestação favorável do Ministério Público Federal”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

URGENTE: Às vésperas da reunião Lula-Trump, big techs se levantam contra o petista

JCO 24/10/2025 às 11:14 A CNN acaba de revelar que às vésperas da reunião entre os presidentes Lula e Donald Trump, prevista para domingo (2...