A ex-deputada federal Carla Zambelli teria sido vítima de episódios de violência enquanto cumpre prisão na Itália. A informação foi divulgada pelo senador Magno Malta (PL-ES) e confirmada posteriormente pela defesa da parlamentar, que reconheceu a ocorrência de agressões no período de detenção.
Os relatos vieram a público inicialmente na última segunda-feira (22), quando Magno Malta afirmou que Zambelli teria sido atacada por outras detentas em mais de uma ocasião. A declaração ocorreu durante o evento religioso Culto Grande Clamor pelo Brasil. Em contato posterior com o Estadão, o senador ajustou a informação e disse que as agressões teriam ocorrido duas vezes.
Durante o culto, Malta fez um pronunciamento mais amplo sobre a situação da ex-deputada.
“Nós estamos aqui para orar por Carlos Zambelli. Entramos no maior presídio feminino do mundo para visitá-la. Perseguida política. Crime de opinião. Está lá. Ela já tinha apanhado três vezes de detentas quando nós fomos visitá-la. Quando ela nos viu, ela ficou congelada”, afirmou.
Segundo Magno Malta, os episódios de violência teriam ocorrido antes da visita de uma comitiva de parlamentares brasileiros ao Complexo Penitenciário de Rebibbia, em Roma, realizada em setembro. Na ocasião, além dele, estiveram presentes os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Damares Alves (Republicanos-DF) e Eduardo Girão (Novo-CE).
A defesa de Zambelli confirmou que houve agressões, mas esclareceu que não houve registro formal junto às autoridades italianas.
“Não foi registrado. Acho que a Carla manteve isso internamente”, declarou o advogado Fábio Pagnozzi.
De acordo com a defesa, a ex-deputada enfrentou dificuldades de adaptação no ambiente prisional, em razão da constante troca de detentas na cela onde estava custodiada.
“A cela que ela estava mudava constantemente de detentas e algumas a estranhavam. Havia uma detenta que a protegia, pois era mais antiga, porém ela saiu e foi para outra penitenciária”, explicou o advogado.
Ainda segundo Pagnozzi, após solicitações formais, Carla Zambelli foi transferida para outra cela e também para um andar diferente dentro da unidade prisional, medida que teria contribuído para maior estabilidade.
Questionado novamente, Magno Malta afirmou que, durante a visita em setembro, a própria ex-deputada relatou ter sofrido duas agressões.
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