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Experimentar o coração acelerado antes de uma apresentação, suar frio em situações de entrevista ou ao caminhar sozinho em um local ermo são sintomas de ansiedade considerados normais, ocorrendo em várias situações do cotidiano, especialmente em rotinas intensas e agitadas. No entanto, como saber quando a ansiedade ultrapassa limites?
A ansiedade se torna problemática quando provoca impactos físicos e emocionais, resultando em perda de funcionalidade, dificuldade em desempenhar atividades cotidianas e redução da produtividade no trabalho. Quando a sensação de ansiedade é desproporcional ao problema apresentado e persiste por mais de seis meses, pode indicar um transtorno. Contudo, apenas um psiquiatra pode fornecer um diagnóstico definitivo. Caso suspeite de um problema, é aconselhável procurar uma consulta e compartilhar as experiências com o profissional.
Como se chega a esse ponto?
Analisando a evolução das espécies, a ansiedade desempenha um papel crucial tanto para predadores quanto para presas. Na natureza, permanecer alerta é essencial para escapar de possíveis ameaças ou para buscar alimento. Embora o homem viva em um ambiente teoricamente mais seguro nos dias de hoje, situações estressantes ainda ocorrem na rotina diária.
Independentemente da situação, o sentimento de pânico e a resposta de fuga geram quadros de ansiedade. Por exemplo, estar em um prédio em chamas desencadeia uma reação de alarme, acelerando o coração e impulsionando a pessoa a correr em busca de sobrevivência. O problema surge quando essas reações ocorrem de forma desproporcional e por períodos prolongados, levando a ansiedade a manifestar sintomas físicos.
Os diferentes transtornos de ansiedade
A ansiedade patológica pode assumir várias formas, sendo as mais comuns:
Fobias: Transtornos ansiosos nos quais o indivíduo consegue identificar a fonte do desconforto. Por exemplo, alguém com medo de ratos pode desencadear uma crise de pânico ao ser exposto a esses animais.
Transtorno de pânico: Caracteriza-se por ataques súbitos de medo, acompanhados por taquicardia, sudorese, ondas de frio e calor, falta de ar, opressão no peito, mal-estar gástrico, vômitos, diarreia, vertigens e tonturas. O indivíduo pode sentir a iminência de morte ou tragédia.
TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada): Envolve preocupações excessivas sobre situações cotidianas, frequentemente antecipando finais catastróficos. A pessoa pode ir dormir com a sensação de que algo dará muito errado, mesmo sem identificar a causa específica. Essas preocupações são muitas vezes incontroláveis e são acompanhadas de sensações físicas, como tensão muscular e sintomas semelhantes aos do transtorno do pânico, embora em ondas, não em crises.
Como a ansiedade é tratada?
Adotar hábitos saudáveis, como moderar ou evitar o consumo de álcool, não fumar, praticar exercícios físicos regulares, manter uma alimentação equilibrada, meditar e garantir noites de sono adequadas são fundamentais para uma vida mais tranquila e equilibrada.
Para casos de ansiedade crônica que ameaçam a estabilidade emocional, é recomendável procurar ajuda de um médico geral ou profissionais de saúde mental, como psicólogos ou psiquiatras. Após avaliação, o profissional pode considerar o uso de medicação.
Com informações do Viva Bem Uol/Amilton dos Santos Junior, médico psiquiatra e professor do departamento de psicologia médica e psiquiatria da Faculdade de Medicina da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas); e Márcio Bernik, psiquiatra e coordenador do Programa de Ansiedade do HC-FMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).