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O União Brasil nasceu de uma "traição", o antigo PSL - até então um partido insignificante - com o ingresso de Jair Bolsonaro e sua eleição à presidente, em poucos meses se transformou no maior partido do Brasil.
No início de 2019, o então presidente do PSL, deputado pernambucano Luciano Bivar e outras lideranças, percebendo que iriam administrar verbas partidárias multimilionárias, deram uma "banana" para os milhões de eleitores que votaram no ‘17’ e também para o presidente da República à época e foram se aconchegar com a esquerda, onde seus métodos são aceitos.
Em outubro de 2021 pressentindo o risco de derretimento da sigla, o PSL se aproximou do DEM cujo maior líder no momento era o prefeito de Salvador, ACM Neto – que nem remotamente dispõe da coragem e da coerência política de seu saudoso avô, Antônio Carlos Magalhães – junto as duas lideranças nordestinas, Bivar e ACM, criaram um monstrengo chamado União Brasil.
Um partido formado por inúmeros conservadores, mas cujos líderes isentões não se inibiam em projetar alianças com Lula e a esquerda em geral.
Isso resultou na fracassada campanha da senadora Soraya Thronicke à presidência em 2022.
Soraya teve apenas 600.955 votos – só em São Paulo quatro deputados federais tiveram mais votos que Soraya: Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Ricardo Salles e G. Boulos.
Só o deputado mineiro Nikolas Ferreira (PL-MG) teve quase o triplo de votos que Soraya.
Passadas as eleições, a senadora Soraya paga o União Brasil com a mesma moeda... Ela está deixando o partido e migrando para o Podemos onde, entre outros, ela terá como colega o senador Marcos do Val.
Com a mudança, os dois partidos ficarão empatados em número de representantes no Senado.
Sem proposta, sem um posicionamento ideológico claro e com forte queda pelo clientelismo, o União Brasil deve encolher rapidamente. E o deputado Luciano Bivar vai assistir Bolsonaro transformar o PL no maior partido do Brasil com a mesma facilidade que transformou o seu PSL, quatro anos atrás.
Será que Bivar sente saudades?
Eduardo Negrão
Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora
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