Jair Bolsonaro (PL) falou sobre o envolvimento de seu antigo ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, no suposto esquema de venda de joias presenteadas por líderes estrangeiros ao ex-presidente.
Em entrevista ao jornal ‘O Estado de S. Paulo’, o ex-chefe de Estado se distanciou do caso, afirmando que seu antigo "braço direito" tinha autonomia para agir.
Ao ser questionado sobre as joias recebidas pela Presidência da República durante seu mandato - teriam sido supostamente vendidas ilegalmente por Cid -, Bolsonaro respondeu: "Olha, ele tem, como está na matéria da 'Folha', autonomia. Eu não ia mandar ninguém vender nada".
A versão do advogado de Cid, Cezar Bittencourt contraria a fala do ex-mandatário, dizendo que seu cliente vendeu as joias "a mando de Bolsonaro", que teria recebido o dinheiro resultante das transações.
Mauro Cid está preso desde maio deste ano, por suspeitas de que ele estaria envolvido em fraude dos cartões de vacinação que possibilitaram a entrada da família Bolsonaro nos Estados Unidos.
Atualmente, as acusações são de que Cid tentou vender um relógio Rolex, de preço estimado em 60 mil dólares, cujo número de série é o mesmo de um recebido pelo governo brasileiro como presente oficial em viagem ao Oriente Médio.
Presentes oficiais devem sempre ser incorporados ao acervo da União, de acordo com o Tribunal de Contas da União.
Ainda segundo a Lei, os ex-líderes podem integrar ao seus patrimônios pessoais presentes de "natureza personalíssima ou de consumo direto".
Bolsonaro explicou que uma mudança na portaria que regulamenta a questão pode ser a fonte do impasse.
“Até o final de 2021, tudo é personalíssimo, inclusive joia. Dali pra frente pode ter um vácuo. Precisa de uma lei para disciplinar isso aí. A partir de 2022, não está definido o que é personalíssimo. Não quer dizer que seja ou não seja. Fica no ar. Foi o meu governo que revogou a portaria. Se eu tivesse intenção outras, não teria revogado”, acrescentou o político ao 'Estadão'.
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