quarta-feira, 16 de agosto de 2023

MPF denuncia Ibama e responsáveis por centro de triagem de animais silvestres no RJ: 'maus-tratos a mais de 900 animais' Segundo a denúncia, Alexandre Augusto Amaral Dias da Cruz e Roberto Huet de Salvo Souza, superintendente e chefe da divisão técnica, respectivamente, do Ibama, são acusados de omissão. O documento diz que suas ações provocaram a morte de centenas de animais silvestres no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Seropédica (RJ).

g1 Por Fernanda Graell, RJ2

 



Mais de 600 animais morrem em centro de tratamento do Ibama  — Foto: Arquivo Pessoal

Mais de 600 animais morrem em centro de tratamento do Ibama — Foto: Arquivo Pessoal

O Ministério Público Federal (MPF) apresentou uma denúncia por maus-tratos a animais silvestres contra o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e dois ex-funcionários do órgão.

O almirante Alexandre Augusto Amaral Dias da Cruz, ex-superintendente, e Roberto Huet de Salvo Souza, chefe da divisão técnica, eram responsáveis pela gestão do Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Seropédica (RJ).

O local é o único apto para receber animais silvestres no estado do Rio de Janeiro e, de acordo com a denúncia, ficou sem funcionários capacitados para tratar os animais por 85 dias.

O procurador da república Sérgio Gardenghi Suiama, que assina a denúncia, disse que as ações dos dois gestores causaram maus-tratos a, pelo menos, 900 animais, resultando na morte de centenas de animais.

"A omissão e o desprezo dos denunciados com a saúde e o bemestar dos animais que estavam sob sua responsabilidade culminaram na interrupção, por 85 dias, do contrato dos tratadores, situação que produziu maus tratos e a morte de centenas de animais", dizia um trecho da denúncia.

Cetas ficou sem funcionar por decisão do Ibama

Em dezembro do ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) determinou o fechamento do Cetas de Seropédica. A suspensão das atividades no local foi uma decisão da própria Superintendência Estadual do Ibama, em comunicado dirigido aos órgãos ambientais do estado, prefeituras, polícia ambiental e Corpo de Bombeiros.

Na época, o local abrigava 1,5 mil animais. Só em 2021, 11 mil animais foram encaminhados ao Cetas pelos órgãos de polícia ambiental federal, militar e civil, bombeiros e particulares.

Mais de 600 animais morreram em 4 meses em centro de tratamento do Ibama no RJ
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Mais de 600 animais morreram em 4 meses em centro de tratamento do Ibama no RJ

A maioria dos bichos chega doente ou machucado na unidade. São animais apreendidos em operações contra o tráfico ou levados pela própria população, quando encontrados nas cidades.

O Ministério Público classificou como ilegal a paralisação do serviço público de recepção, identificação, marcação, triagem, avaliação, recuperação, reabilitação e destinação de animais silvestres, provenientes de apreensões, resgates ou entregas espontâneas no estado.

Na nota divulgada, o MPF lembra também que esse serviço é atualmente prestado em caráter exclusivo. Os outros centros mais próximos ficam em Juiz de Fora (MG) e Lorena (SP).

No início de 2021, o RJ2 mostrou que o centro de triagem estava à beira do colapso. Pelo menos 600 animais morreram no Cetas por falta de tratadores, alimentos e remédios.

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