BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A direção da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) sob o governo Lula (PT) tentou interferir nas investigações sobre o uso do software espião FirstMile durante o governo Jair Bolsonaro (PL), diz a Polícia Federal.
No pedido que fez ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes para a realização de operação nesta quinta-feira (25), a PF afirma que "a direção atual da Abin realizou ações que interferiram no bom andamento da investigação".
O órgão cita o número dois da agência, Alessandro Moretti, e diz que em reunião com investigados, ele afirmou que a apuração sobre o caso tinha "fundo político e iria passar".
"Não é postura esperada de Delegado de Polícia Federal que, até dezembro de 2022, ocupava a função de Diretor de Inteligência da Polícia Federal cuja essa unidade -Divisão de Operações de Inteligência- lhe era subordinada", afirma a PF no pedido.
"A reverberação das declarações da Direção da Abin, portanto, possui o condão de influir na liberdade e na percepção da gravidade dos fatos pelos investigados ao afirmara existência de 'fundo político' aos investigados", diz a entidade.
Sob autorização de Moraes, a Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (25) mandados de busca e apreensão e de suspensão de exercício de funções públicas de policiais federais envolvidos no uso do FirstMile.
Os mandados foram cumpridos em Brasília (DF), Juiz de Fora (MG), São João Del Rei (MG) e Rio de Janeiro (RJ). Um dos alvos de busca foi Alexandre Ramagem, chefe da Abin no governo de Bolsonaro, atual deputado federal e pré-candidato do PL à Prefeitura do Rio de Janeiro.
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