sábado, 2 de março de 2024

Padeiro passa 11 dias preso por ter o mesmo nome de foragido Caso aconteceu no Ceará

Pleno.News - 02/03/2024 07h51 | atualizado em 02/03/2024 08h03

Padeiro passou 11 dias preso por engano porque tem nome igual ao de homem procurado pela polícia (Imagem ilustrativa) Foto: Pixabay

O padeiro cearense Antônio Carlos Paiva da Costa, de 38 anos, passou 11 dias preso por engano, em uma prisão de seu estado, após ser confundido com um foragido do Piauí. Ele foi solto na última quinta-feira (29).

Costa tem o mesmo nome e sobrenome de um foragido da Justiça do Piauí, e as mães dos dois têm o mesmo nome. As informações são do G1.

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– Fecho os olhos e parece que ainda estou preso – comentou o padeiro.

Ele só foi solto depois que foi descoberto que ele e o homem foragido não têm a mesma data e o local de nascimento.

Antônio Carlos foi acusado por um estupro que não cometeu. O crime, praticado pelo outro homem que está foragido, ocorreu no Piauí, em 2017. O verdadeiro suspeito chegou a ser preso, mas fugiu.

– Um mandado de prisão foi expedido pela Justiça do Piauí, mas ao ser cumprido no Ceará – sete anos depois – fez de um inocente, o culpado – reportou o portal.

O padeiro foi preso em fevereiro de 2024, em Fortaleza (CE).

– Cheguei a Fortaleza, trabalhei o dia todo e era domingo. No momento em que saí [para a calçada], os policiais chegaram, perguntaram o que eu tinha, eu disse que não tinha nada, estava ali a trabalho. Disseram que estava sendo acusado de assédio, estupro, roubo – relembra o padeiro.

Depois de ser conduzido até uma delegacia, ele acabou na Unidade Prisional de Triagem e Observação Criminológica, em Aquiraz, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), onde esteve preso.

Advogado Ramon Néfi e Antônio Carlos Foto: Reprodução/Print de vídeo G1

Agora, apesar de solto, Antônio Carlos segue marcado pelos dias ruins na prisão.

– Mesmo contando minha verdade, passei muitas coisas ruins. Para quem nunca foi preso, para mim foram três anos (sensação). É uma água que nem um cachorro bebia. Uma comida que parecia que estavam dando para cachorro. Um café que não sabia se era lama. Não conseguia comer. Lá, em casos de estupro, as pessoas são mal vistas – desabafou.

Ele também teme o futuro.

– Vai ser difícil para mim. Cadê meu nome, minha oportunidade de emprego? Meu nome está manchado. Não tenho nada em mente, não sei como será minha vida pela frente. Vim para resolver o negócio da minha filha e infelizmente fui levado. Eu ainda fecho os olhos e parece que ainda estou preso. A ficha não caiu.

O advogado criminalista Ramon Néfi disse que a família de Costa vai processar os estados do Ceará e do Piauí.

– Até hoje, não se sabe quem de fato é ele. Quando foram recapturar, capturaram meu cliente. Os dois têm o mesmo nome, porém o apelido dele na cidade, conforme os processos, é Cláudio – explicou.- Ele nunca pisou no Piauí. Um detalhe importante: o acusado (real) foi preso em flagrante. Não encontraram documentos com ele, ele não sabia os dados e buscaram pelo nome completo. Ao buscar, acabaram juntando os documentos do nosso Antônio daqui, sendo que ele nunca pisou lá. Prenderam uma pessoa e processaram outra – falou Néfi.

Ainda segundo ele, as autoridades ainda nem sabem quem o verdadeiro criminoso realmente é.

– Até hoje, não se sabe quem de fato é ele. Quando foram recapturar, capturaram meu cliente. Os dois têm o mesmo nome, porém o apelido dele na cidade, conforme os processos, é Cláudio. Por que o estado tem culpa disso? Porque poderiam ter verificado de outras formas que ele não era culpado, para ele não passar por isso – comentou


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