A morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, e a prisão de sua mãe, Cleusimar, e seu irmão, Ademar Cardoso, continuam gerando polêmica.
Desde o falecimento de Djidja na última terça-feira (28/5), diversos áudios atribuídos a familiares começaram a circular, revelando graves acusações. Uma delas está relacionada à morte de Maria Venina de Jesus Cardoso, avó de Djidja, ocorrida em junho do ano passado em Parintins.
Áudio: Reprodução/Manaus de Fato
Segundo informações do Metrópoles, os áudios, divulgados pelo jornalista Felipeh Campos, apontam que Cleusimar e Ademar teriam drogado a idosa e ocultado esse fato das autoridades policiais e da perícia cadavérica.
Um primo de Djidja e Ademar, sobrinho de Cleusimar e médico neurocirurgião, é uma das vozes que faz essa acusação em um grupo da família no WhatsApp. Em uma das gravações, ele menciona nominalmente os parentes, questionando as circunstâncias da morte de sua avó.
Outro áudio traz o médico indagando sobre a aplicação de um esteroide anabolizante em sua avó. “Quem autorizou a aplicação de Deca Durabolin de nandrolona em minha avó? Sou médico e sei o que estou falando. Quem é Bruno? Quando ele entrou em nossa família e fez isso? Disseram-me que foi ele quem aplicou”, questiona.
Outros familiares de Djidja também se manifestaram por meio de áudios, acusando o trio de uso de drogas e de terem drogado a idosa. Uma das gravações menciona ainda a “Pai, Mãe, Vida”, seita religiosa liderada por Cleusimar e Ademar, que foi descoberta pela Polícia Civil do Amazonas.
Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (31/5), o delegado Daniel Antony afirmou que os áudios serão investigados.
Seita religiosa liderada por mãe e irmão de Djidja Cardoso
A Polícia Civil do Amazonas revelou que Cleusimar e Ademar, mãe e irmão de Djidja, lideravam uma seita religiosa chamada “Pai, Mãe, Vida”.
Segundo a investigação, eles forneciam e distribuíam a substância ketamina, além de incentivar seu uso recreativo. Os dois foram presos em Manaus na quinta-feira (30/5), juntamente com funcionárias do salão de beleza Belle Femme, que colaboravam com a organização.
De acordo com o inquérito policial, Ademar (irmão de Djidja) se considerava Jesus, enquanto Cleusimar era identificada como Maria. Djidja, que faleceu recentemente, era associada a Maria Madalena.
Ademar baseava suas práticas no livro “Cartas para Cristo”, defendendo que o uso de ketamina, drogas alucinógenas e meditação poderia levar ao autoconhecimento e a experiências espirituais profundas.
Nesta sexta-feira (31/5), os investigadores realizaram uma operação no salão de beleza Belle Femme e apreenderam frascos de ketamina (também conhecida como cetamina ou quetamina), um anestésico usado tanto em humanos quanto em veterinária, que se tornou uma droga ilícita na década de 1980.
A polícia também está investigando se há alguma relação entre a morte de Djidja e as atividades do grupo.
Os alvos da operação incluem Ademar Farias Cardoso Neto (irmão de Djidja), Cleusimar Cardoso Rodrigues (mãe de Djidja), Verônica da Costa Seixas (gerente do salão), Marlisson Vasconcelos Dantas (cabeleireiro do salão) e Claudiele Santos da Silva (maquiadora do salão).
O irmão de Djidja também está sendo investigado por suspeita de outros crimes, como estupro e tráfico de drogas.