Foto: Reprodução/Instagram Luanna Rezende
A irmã do ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil), prefeita de Vitorino Freire, no Maranhão, Luanna Bringel Rezende Alves, foi indiciada pela Polícia Federal no inquérito que investiga um suposto desvio de emendas parlamentares para a pavimentação de ruas na cidade.
O indiciamento ocorreu após Juscelino ser acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, enquanto Luanna foi indiciada por supostamente integrar a mesma organização criminosa, conforme reportagem do O Globo.
Luanna Rezende foi afastada do cargo no ano passado, mas retomou o mandato por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Até o momento, ela não se manifestou sobre o indiciamento.
O que diz o ministro
Em nota, o ministro Juscelino Filho afirmou que o indiciamento é “uma ação política e previsível”, resultante de uma apuração “que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”. Segundo Juscelino, “não há nada, absolutamente nada” que envolva sua atuação no Ministério das Comunicações. Ele acrescentou que a investigação “devassou a minha vida e dos meus familiares, sem encontrar nada” e que revira fatos antigos que não são de sua responsabilidade enquanto parlamentar.
Emenda de Juscelino
A emenda parlamentar investigada foi indicada por Juscelino quando ele ainda era deputado federal. O dinheiro foi enviado pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) no Maranhão. Juscelino destacou que a pavimentação da estrada é uma demanda antiga da população de Vitorino Freire, conectando 11 povoados e facilitando o acesso ao trabalho, escolas, hospitais e postos de saúde, especialmente durante períodos chuvosos quando a via se torna intransitável.
Depoimento de 15 minutos
Em 17 de maio, o ministro das Comunicações prestou depoimento de 15 minutos à Polícia Federal no âmbito da Operação Odoacro. A defesa do ministro argumentou que ele só deveria dar esclarecimentos sobre o objeto apurado no Supremo Tribunal Federal (STF), e o interrogatório foi encerrado. Nas redes sociais, Juscelino Filho criticou a maneira como a PF tem conduzido o inquérito, afirmando que a instituição “repete” os métodos da Operação Lava Jato.
Custo da pavimentação
A obra de pavimentação teve um custo estimado em R$ 7,5 milhões e foi realizada pela construtora Construservice, cujo sócio oculto era o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP ou Imperador. Segundo o relatório da Polícia Federal, Juscelino Filho seria integrante de uma organização criminosa junto com Eduardo DP, com base em mensagens analisadas no celular do empresário entre 2017 e 2020. O ministro deverá ser questionado sobre a natureza dessa relação e as acusações anteriores contra Eduardo DP, que já foi mencionado em outros inquéritos policiais como agiota.
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