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sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Um dos maiores clubes de futebol do país pode ter recebido milhões de fundos ligados ao PCC

JCO

O futebol profissional é a melhor plataforma para lavagem de dinheiro do mundo. Seja no Brasil, na Inglaterra ou na Ásia é uma atividade onde você pode movimentar 50, 100, 200 milhões de dólares sem chamar a atenção. Recentemente, o Barcelona vendeu ao Palmeiras uma jovem promessa, o atacante Vitor Roque por U$ 25 milhões de euros, porém apenas um ano antes o mesmo Barcelona havia comprado Vitor Roque por U$ 50 milhões de dólares. 

Um prejuízo de mais de 120 milhões de reais em poucos meses. Em qualquer outra área um prejuízo desse porte causaria demissões, auditorias – no Barcelona foi apenas mais uma terça feira. Apenas 6 meses depois o Palmeiras já recebe ofertas de U$ 60 milhões de dólares pelo mesmo jogador. Será que os executivos do Barcelona são tão incompetentes assim?

Voltando ao Brasil, o Ministério Público de São Paulo investiga a origem do dinheiro usado pelo banqueiro Daniel Vorcaro para comprar 26,9% da SAF do Atlético Mineiro, entre 2023 e 2024. Segundo o MP, os R$ 300 milhões investidos teriam saído de uma complexa cadeia de fundos — Olaf, Hans, Alepo, Maia e Astralo — todos geridos pela Reag Investimentos e apontados na Operação Carbono Oculto como instrumentos de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio do PCC. As informações são de Rodrigo Capello no jornal O Estado de S. Paulo.

Esses fundos seguem o modelo “fundo sobre fundo”, em que um investe no outro até chegar ao destino final — no caso, o Galo Forte FIP, veículo usado por Vorcaro para adquirir sua participação na SAF. Documentos da CVM mostram que o Olaf, por exemplo, tinha patrimônio líquido de R$ 19 bilhões em 2024, aplicado integralmente no Hans, que por sua vez controlava outros fundos até chegar ao Astralo, único cotista do Galo Forte. O Atlético nega irregularidades e afirma quque o fundo é “regular perante a CVM”, sem conhecimento de quaisquer ilegalidades.

O caso expõe o avanço do PCC em áreas onde antes se imaginava haver controle e transparência. A organização que nasceu nas prisões paulistas agora é suspeita de operar na Faria Lima, o centro nervoso do capitalismo brasileiro — e, indiretamente, de ter financiado parte de um dos maiores clubes do país.

A imprensa paulista já havia revelado semanas atrás, o envolvimento do ex-presidente do Corinthians, Augusto Nunes, com figuras ligadas ao mesmo grupo criminoso. Agora, o episódio mineiro mostra que o PCC não atua mais apenas no submundo do crime: ele se sofisticou, infiltrou-se no sistema financeiro e começa a se misturar com o dinheiro “limpo” do futebol. Parece que o pessoal que cometia os crimes de ‘colarinho branco’ já não estão com os colarinhos tão brancos assim.

Eduardo Negrão

Consultor político e autor de "Terrorismo Global" e "México pecado ao sul do Rio Grande" ambos pela Scortecci Editora.

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