segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

Com apenas uma palavra, Bolsonaro resume delação de Mauro Cid

 JCO

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a se manifestar nesta quarta-feira (19/2) sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e resumiu como "tortura" a delação de seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid.

A declaração ocorreu após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes retirar o sigilo dos depoimentos de Cid e conceder um prazo de 15 dias para que Bolsonaro e os demais 33 denunciados apresentem defesa. Eles são acusados de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Lula (PT).

Nos documentos revelados, há trechos de uma audiência realizada em novembro de 2024, onde Moraes teria pressionado Cid a dizer a verdade, na presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet. Bolsonaro afirmou que as gravações divulgadas comprovam coerção contra seu ex-auxiliar.

“A delação do Cid: tortura. Vocês viram parte dos vídeos vazados agora. Foi tortura. O Alexandre de Moraes ameaçando o pai, a esposa e a filha, e ele [Cid] mudando os seus posicionamentos", declarou Bolsonaro.

A delação de Mauro Cid embasou grande parte da investigação que levou à denúncia de 34 pessoas. Antes da divulgação integral dos documentos, advogados dos acusados questionavam a falta de acesso às provas. Ao liberar os registros, Moraes argumentou que o sigilo não se justificava mais, pois não havia risco para o colaborador nem para o andamento das investigações.

Bolsonaro voltou a negar qualquer envolvimento em um plano golpista no fim de 2022.

"Não apoiei nem teve tentativa de golpe. Como eu posso dar golpe em mim mesmo? Você dá golpe contra uma autoridade investida do cargo", defendeu-se.

Ele também mencionou discussões sobre um possível estado de sítio e estado de defesa, mas classificou essas medidas como "remédios constitucionais".

A denúncia da PGR aponta que Bolsonaro teria cometido crimes como organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, abolição do estado democrático de direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

O ex-presidente já enfrenta restrições judiciais, incluindo a retenção de seu passaporte, o que o impediu de comparecer à posse do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em janeiro deste ano.

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